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Vereadores aprovam campanha permanente contra o machismo em Curitiba

Vereadores aprovam campanha permanente contra o machismo em Curitiba

O projeto prevê ações educativas e preventivas contra o machismo em prédios públicos de Curitiba, como edifícios da administração e unidades de saúde

Angelo Sfair - terça-feira, 7 de março de 2023 - 19:05

Com 22 votos favoráveis, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou nesta terça-feira (7) a criação de uma Campanha Permanente contra o Machismo. O projeto deve ser conduzido pela prefeitura. A aprovação acontece na véspera do Dia Internacional da Mulher.

O projeto de lei prevê que sejam realizadas ações de concientização contra o machismo nos prédios públicos de Curitiba, como edifícios da administração, unidades da FAS (Fundação de Ação Social), além das unidades de saúde.

“Os dados são assustadores e a violência [contra a mulher] é crescente, por isso precisamos trabalhar sempre nessa pauta. É preciso prevenir a violência e caminhar para um futuro mais igualitário, com campanhas educativas”, destacou a vereadora Maria Leticia (PV), que atualmente está à frente da Procuradoria da Mulher da CMC.

Autora do projeto, a parlamentar trouxe ao plenário dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo o levantamento, 33,4% das mulheres brasileiras com 16 anos ou mais já sofreram algum tipo de violência do seu parceiro. O número está acima da média mundial (27%).

O texto foi debatido com o Executivo e recebeu o apoio da Prefeitura de Curitiba. Aprovado em primeiro turno, o projeto volta ao plenário nesta quarta-feira (8) para dicussão final e votação em segundo turno.

CAMPANHA PERMANENTE CONTRA O MACHISMO: VOTOS CONTRÁRIOS

Apenas dois vereadores foram contrários à criação da Campanha Permanente contra o Machismo. O debate no plenário da Câmara Municipal de Curitiba se prolongou por quase duas horas.

O vereador Rodrigo Reis (União Brasil) critiou o debate de políticas de equidade de gênero dentro das escolas municipais. “Crianças não podem ter discussões sexuais dentro do ambiente escolar”, acusou Reis. O parlamentar ignorou o fato de que 76,5% dos estupros acontecem dentro da casa da vítima, e que os criminosos geralmente são parentes ou pessoas de confiança da família.

O outro voto contrário foi de Eder Borges (PP), que classificou alguns pontos do projeto original como “abomináveis”. Na avaliação dele, o texto substitutivo submetido ao plenário melhorou, mas ainda continha trechos nebulosos. “Eu dei um Google e não acho que equidade de gênero seja um tema para tratar com crianças de até dez anos de idade”, argumentou.

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