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Ratinho diz que greve dos professores tem baixa adesão
Geraldo Bubniak/AEN

Ratinho diz que greve dos professores tem baixa adesão

Profissionais protestam contra tramitação do projeto ‘Parceiro da Escola’

Mirian Villa - segunda-feira, 3 de junho de 2024 - 12:42

*Com informações da BandNews Curitiba.

As aulas estão normais e dentro do previsto em 87% dos colégios estaduais no Paraná, segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR). O número foi atualizado no final da manhã desta segunda-feira (3) diante dos protestos e da paralisação por parte dos professores estaduais.

Durante a manhã de hoje, o governador Ratinho Junior (PSD) lamentou a postura adotada pelos representantes da categoria e afirmou que a manifestação tem baixa adesão dos professores da rede estadual de ensino do Paraná.

“Através da inteligência da Polícia Militar, vimos que a manifestação é muito mais de professores da UFPR, que estão usando a votação para engrossar a greve. A gente fica triste, porque esses mesmos sindicalistas foram contra as três merendas que damos para os alunos, as escolas cívico-militar que temos filas de espera, foram contra as escolas em tempo integral. A gente sabe que são contra porque são manipulados por partido político, estamos confiantes de que esse projeto vai transformar ainda mais a educação”, declarou o governador do Paraná.

Os professores do Paraná protestam contra a tramitação do projeto de lei que implementa o “Parceiro da Escola” – programa do governo estadual que pretende privatizar a administração de 200 escolas do Paraná. Ratinho defendeu que a proposta tem o objetivo de impulsionar a educação pública, inclusive valorizando o trabalho dos professores e diretores.

“É um projeto que já acontece na Inglaterra, no Canadá, e estamos trazendo daquilo que é mais moderno para ajudar o diretor e todo sistema pedagógico a ter mais liberdade para trabalhar…não ficar cuidando de lâmpada apagada, questão do uniforme. Nós temos tranquilidade que, quando o projeto for compreendido, nós vamos ter mais escolas na fila como temos hoje na cívico-militar”, finalizou Ratinho.

Conforme o Executivo, o movimento foi suspenso pelo TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná). A decisão prevê multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Programa Parceiro da Escola

O Parceiro da Escola prevê que, para ser instalado, passe antes por uma consulta pública junto à comunidade escolar, em modelo similar aos das instituições cívico-militares, em um processo democrático.

Inicialmente, a consulta vai ocorrer em 200 escolas de cerca de 110 cidades, em que “foram observados pontos de aprimoramento em termos pedagógicos, projetando inclusive uma diminuição da evasão escolar”. O número representa cerca de 10% de toda a rede estadual do Paraná.

Conforme o governo, o programa não atinge escolas indígenas, aquelas em comunidades quilombolas e em ilhas ou as cívico-militares. O texto é votado nesta segunda-feira (3), a partir das 14h30, em regime de urgência na Assembleia Legislativa.

Um projeto-piloto da privatização das escolas paranaenses já é desenvolvido nos Colégios Estaduais Aníbal Khury, em Curitiba, e Anita Canet, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, desde o ano passado.

No último sábado, o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) afirmou que, pelo menos 18 emendas serão apresentadas ao texto original, com ajustes, retirada e inserção de pontos. A expectativa é que após o plenário, os membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se reúnam para votação dos complementos.

Um deles é a listagem das 200 escolas estaduais que podem aderir a terceirização. Outra é a descrição de como o pagamento será feito às empresas. Leia mais sobre as emendas do projeto que pretende privatizar as escolas do Paraná aqui.

Professores protestam em Curitiba

Os professores, servidores e alunos da rede estadual do Paraná fazem uma manifestação no Centro Cívico e várias ruas estão bloqueadas na região. Eles são contra o projeto de lei que quer terceirizar a gestão administrativa de 200 colégios públicos.

A concentração começou na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba. Eles devem caminhar em direção a Assembleia Legislativa do Paraná.

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