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Mais de 15 emendas serão apresentadas ao projeto que pode privatizar escolas
Geraldo Bubniak/AEN

Mais de 15 emendas serão apresentadas ao projeto que pode privatizar escolas

Proposta deve ser votada em plenário na segunda-feira (3)

Mirian Villa - sábado, 1 de junho de 2024 - 10:06

O projeto de lei que pode privatizar a a gestão administrativa de escolas do Paraná deve ser votado em plenário nesta segunda-feira (3). Pelos menos 18 emendas serão apresentadas ao texto original, com ajustes, retirada e inserção de pontos, disse o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD).

Antes da votação, o projeto será apreciado na Comissão de Educação. À tarde, serão duas sessões para votação de todos os deputados. As emendas serão apresentadas no segundo turno, na sessão extraordinária.

A expectativa é que, ainda na segunda, após o plenário, os membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se reúnam para votação dos complementos. Um deles é a listagem das 200 escolas estaduais que podem aderir a terceirização. Outra é a descrição de como o pagamento será feito às empresas.

Romanelli explicou que as emendas querem “garantir e assegurar direitos e dar transparência ao projeto”. Para o deputado, o projeto de terceirização das escolas do Paraná é inovador e garante a manutenção do setor.

“Na minha avaliação, visa modernizar a gestão das escolas, no reconhecimento que no modelo atual ele, em algumas escolas, não funciona muito bem. Isso obviamente é inovador, há muita desinformação ainda, que a escola continuará pública e gratuita, os professores continuarão sendo os da rede e o controle pedagógico vai continuar com a Secretaria de Educação”, explicou Romanelli para a BandNews Curitiba.

Por conta do projeto, professores estaduais começam uma greve também na segunda-feira (3). Conforme a APP-Sindicato, a pauta da paralisação também inclui o pagamento da data-base deste ano e o zeramento das perdas salariais dos educadores.

Entenda o projeto que pode privatizar escolas do Paraná

O texto, elaborado pelo Governo do Paraná, permite que empresas sejam responsáveis pelo gerenciamento administrativo das escolas, além de gerir terceirizados responsáveis por áreas como limpeza e segurança. A justificativa do Executivo é “otimizar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas”.

Em um primeiro momento, o governo quer implantar o modelo em 200 escolas de 110 cidades. O número corresponde a cerca de 10% da rede. O Poder Executivo argumenta que nestas localidades “foram observados pontos passíveis de aprimoramento em termos pedagógicos, projetando inclusive uma diminuição da evasão escolar”.

programa Parceiro da Escola será instalado mediante consulta pública junto à comunidade escolar. O texto afirma que a remuneração das empresas contratadas será estabelecida de acordo com a média de custo de referência da rede e observará a disponibilidade orçamentária.

De acordo com o governo, a ideia é expandir, por meio da Secretaria de Estado da Educação, o programa a partir de 2025. O Programa Parceiro da Escola, afirma o governo, possibilita que diretores e gestores se dediquem ao desenvolvimento de metodologias pedagógicas, treinamento de professores e acompanhamento do progresso dos alunos.

Um projeto-piloto da privatização das escolas paranaenses já é desenvolvido nos Colégios Estaduais Aníbal Khury, em Curitiba, e Anita Canet, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, desde o ano passado.

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