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Seed-PR orienta aos pais que enviem os filhos às escolas
Foto: Divulgação/APP Sindicato

Seed-PR orienta aos pais que enviem os filhos às escolas

Professores iniciaram uma greve nesta segunda-feira (3)

Rafael Nascimento - segunda-feira, 3 de junho de 2024 - 09:18

Mesmo com a paralisação de alguns professores estaduais, a Secretaria Estadual de Educação do Paraná orienta aos pais que enviem os filhos às escolas normalmente para que não haja prejuízo ao andamento regular do aprendizado. A pasta afirma, ainda, que uma estrutura foi criada para garantir o atendimento aos estudantes e manter o cronograma de aulas.

Professores iniciaram uma greve nesta segunda-feira (3), em protesto ao projeto de lei que tramita em regime de urgência na Assembleia Legislativa e que pode privatizar pelo menos 200 escolas públicas no Paraná.

Educadores da rede estadual de ensino e estudantes se reúnem em um ato no Centro de Curitiba, na manhã de hoje. A mobilização ocorre na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da UFPR – Universidade Federal do Paraná. A APP Sindicato, entidade que representa professores e demais trabalhadores que atuam na educação no Estado, é contra a privatização das escolas estaduais e já havia indicado o estado de greve na última semana.

A paralisação nas escolas da rede estadual foi mantida pela APP Sindicato mesmo diante de uma determinação do TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná), que deliberou pela suspensão da greve dos professores, com multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Milhares de professores e estudantes estão reunidos na Praça Santos Andrade desde as 8h. Na visão do sindicato, além da administração, a medida também levará à terceirização de professores e exclui a comunidade escolar das decisões pedagógicas.

Foto: Divulgação/APP Sindicato

A reportagem entrou em contato com a Secretaria da Educação para saber se a greve dos professores afeta o atendimento e as aulas nas escolas estaduais em Curitiba e região na manhã desta segunda-feira.

“A Seed-PR orienta aos pais que enviem os filhos às escolas normalmente para que não haja prejuízo ao andamento regular do aprendizado. Uma estrutura foi criada para garantir o atendimento aos estudantes e manter o cronograma de aulas”.

A APP Sindicato ainda não tem um balanço das escolas impactadas pela greve dos professores.

Entenda o projeto que pode privatizar escolas do Paraná

O projeto de lei chamado “Programa Parceiro da Escola” foi elaborado pelo Governo do Paraná e permite que empresas sejam responsáveis pelo gerenciamento administrativo das escolas, além de gerir terceirizados responsáveis por áreas como limpeza e segurança. A justificativa do Executivo é “otimizar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas”.

Em um primeiro momento, o governo quer implantar o modelo em 200 escolas de 110 cidades. O número corresponde a cerca de 10% da rede. O Estado argumenta que nestas localidades “foram observados pontos passíveis de aprimoramento em termos pedagógicos, projetando inclusive uma diminuição da evasão escolar”.

De acordo com a Secretaria da Educação, o Paraná conta atualmente com 2.090 escolas estaduais.

Um projeto-piloto da privatização das escolas paranaenses já é desenvolvido nos Colégios Estaduais Aníbal Khury, em Curitiba, e Anita Canet, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, desde o ano passado.

A iniciativa foi enviada na última semana à Assembleia Legislativa e tramita em regime de urgência. O projeto dividiu opiniões entre os deputados estaduais na Alep. Os da bancada de Oposição criticam a medida.

Os parlamentares ingressaram com um mandado de segurança para suspender a votação do projeto, marcada para hoje (3), mas o pedido foi indeferido pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). Conforme a decisão judicial, não há nenhuma ilegalidade no rito interno de votação que justificasse a suspensão.

O projeto de lei que cria o “Programa Parceiro da Escola” será votado em duas sessões, uma ordinária e outra extraordinária, a partir das 14h30.

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