Júri popular do caso Daniel deve chegar ao fim hoje; acompanhe
Resultado do julgamento do crime que chocou o país, com sentenças e eventuais absolvições, deve ser anunciado nas próximas horas.
O júri popular dos acusados do assassinato do jogador Daniel Corrêa deve chegar ao fim nesta quarta-feira (20). Sete pessoas estão no banco dos réus por envolvimento no crime brutal, que ocorreu em outubro de 2018. O julgamento ocorre no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
A sessão será retomada às 8h30, após ser suspensa pelo juiz Thiago Flores Carvalho, no início da noite de ontem (19). O julgamento teve início na última segunda-feira (18), com o depoimento dos réus e testemunhas.
A tendência é que o resultado do júri popular, com sentenças e eventuais absolvições, seja anunciado pelo magistrado à tarde. Ainda pela manhã, defesa e acusação terão tempo para réplicas da fase de debates.
Na sequência, as sete pessoas que formam o Conselho de Sentença e que acompanham os trabalhos desde o primeiro dia de julgamento, se reúnem para deliberar sobre as sentenças.
Caso Daniel: relembre como foi o julgamento até aqui
O julgamento do caso Daniel ocorre mais de cinco anos após o crime, e teve ampla repercussão nacional. O júri popular foi suspenso na noite desta terça-feira (19), por volta das 19h30, a pedido dos jurados. Existia a expectativa do julgamento acabar durante a madrugada, mas os jurados preferiram encerrar as atividades e retornar em um novo dia.
De 160 pessoas convocadas, sete foram sorteados e formam o Conselho de Sentença, quatro mulheres e três homens. Eles são os responsáveis por definir pela condenação ou absolvição dos réus.
Durante as 11 horas da sessão do segundo dia do julgamento, foi feito o primeiro embate entre acusação e defesa, além dos depoimentos de cinco dos sete réus. Além disso, foram ouvidos David Willian Vollero Silva, Ygor King, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Allana Brittes e Evellyn Brisola Perusso.
Na segunda-feira, quando os trabalhos começaram, o casal Edison e Cristiana Brittes prestaram depoimento. Eles detalharam os momentos e o que levou à morte do jogador Daniel. Edison, que é réu confesso, voltou a confirmar que matou Daniel Corrêa.
O júri ainda contou com 13 testemunhas, sendo duas delas sigilosas.
Quem são os sete acusados pela morte do jogador Daniel
- Edson Brittes: acusado de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel esem possibilitar defesa da vítima. Ele também é acusado por ocultação de cadáver, coação do curso do processo e corrupção de menor;
- Cristiana Rodrigues Brittes: esposa de Edson, ela é acusada de homicídio qualificado, por motivo torpe; corrupção de menor; coação do curso de processo. Além disso, também foi acusada por fraude processual;
- Allana Brittes: filha do casal, acusada de fraude processual; coação do curso do processo; e corrupção de menor;
- David Willian Vollero Silva: acusado de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, sem possibilitar defesa da vítima e meio cruel. Alem disso, é acusado por ocultação de cadáver;
- Eduardo Ribeiro da Silva: acusado de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e sem possibilitar defesa da vítima. Além disso, é acusado por ocultação de cadáver;
- Ygor King: acusado por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e sem possibilitar defesa da vítima. Além disso, é acusado por ocultação de cadáver.
Crime brutal chocou o país em 2018
Revelado pelo Cruzeiro e com passagens por Coritiba, São Paulo, Ponte Preta, Botafogo e São Bento, Daniel Corrêa veio para Curitiba comemorar o aniversário de 18 anos de Allana Brittes, no dia 26 de outubro, em uma casa noturna, no bairro Batel.
A comemoração se estendeu na casa dos pais da jovem, Cristiana e Edison Brittes, com presença do jogador. Segundo as investigações, o jogador foi flagrado deitado na cama de Cristiana, esposa de Edison. Antes do crime, Daniel enviou para um amigo uma foto em que aparecia deitado ao lado de Cristiana enquanto ela dormia.
No local, Daniel foi espancado e depois conduzido no porta-malas do carro de Edison até a Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, onde brutalmente assassinado.
O corpo do jogador foi encontrado em uma área de mata, no dia seguinte, por moradores da região. Ele estava nu, com um corte profundo na região do pescoço e o pênis decepado.
No inquérito, que foi finalizado com 21 depoimentos e 370 páginas, a Polícia Civil concluiu que não houve tentativa de estupro por parte do jogador.
*com informações do repórter Vinícius Cordeiro.
