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Julgamento do Caso Daniel acontece segunda-feira (18)
Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Julgamento do Caso Daniel acontece segunda-feira (18)

Morte do jogador de futebol completou cinco anos em outubro

Larissa Biscaia - quinta-feira, 14 de março de 2024 - 14:10

Após cinco anos e cinco meses, o julgamento dos acusados do assissanato do jogador Daniel Corrêa Freitas acontece na próxima segunda-feira (18). O júri popular será realizado no Fórum de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Sete pessoas respondem pelo crime, cinco em liberdade e duas presas.

“A nossa expectativa para esse julgamento é boa. O processo em si oferece possibilidades inclusive de absolvição, eu penso que será um grande julgamento e que teremos a oportunidade de exercitar nossa defesa ampla em função de um cidadão acusado”, afirma o advogado Elias Mattar Assad, que representa a família Brittes. 

Estão soltos Allana e Cristiana Brittes, mãe e filha, David William Vollero Silva, Ygor King e Evellyn Brisola Perusso, que nunca foi presa. Permanecem detidos Edison Brittes, que é réu confesso e está preso desde a época do assassinato, e Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, que havia conseguido a liberdade provisória em 2019, mas foi pego em flagrante por roubo em dezembro de 2020. 

O julgamento acontece após quatro trocas de juízes. A mais recente foi em novembro de 2023, quando o magistrado Guilherme Moraes Neto se declarou suspeito e pediu para deixar o processo. Foi nomeado então o juiz Thiago Flôres Carvalho. 

Relembre o caso

Em 27 de outubro de 2018, o corpo de Daniel Corrêa Freitas foi encontrado na zona rural de São José dos Pinhais. Ele tinha ferimentos graves no pescoço e estava com o órgão genial decepado.

O assassinato aconteceu após a festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes, filha de Edison. Na noite do dia 26 de outubro, a jovem estava com a família, os amigos e Daniel em uma casa noturna em Curitiba. A comemoração continuou na casa de Brittes, em São José dos Pinhais. Segundo as investigações, o jogador foi flagrado deitado na cama de Cristiana, esposa de Edison. Antes do crime, Daniel enviou para um amigo uma foto em que aparecia deitado ao lado de Cristiana enquanto ela dormia. 

No inquérito, que foi finalizado com 21 depoimentos e 370 páginas, a Polícia Civil concluiu que não houve tentativa de estupro. A perícia feita no celular de Cristiana foi parcialmente prejudicada porque os aplicativos de mensagens e de redes sociais foram apagados antes da entrega do aparelho. 

A única informação referente ao jogador está em dois prints de conversas de Allana, que foram feitos em agosto de 2017, mais de um ano antes do caso. Em uma das imagens, Allana conversa com Daniel, que a convida para sair e se conhecerem. Em outro print, a menina pergunta ao pai se poderia sair com Daniel e Brittes nega o pedido.

Os laudos do Instituto-Médico Legal e da Polícia Científica apontaram que Daniel foi morto pelas facadas que recebeu no pescoço. Os sete suspeitos foram indiciados por diferentes crimes e as penas somadas ultrapassam 40 anos de reclusão. 

Edison Brittes foi indicado por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e coação do curso de processo. 

Os suspeitos de participarem das agressões, Eduardo da Silva, Ygor King e David Willian da Silva, também respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Cristiana e Allana Brites foram indiciadas por coação de testemunha e fraude processual. Em 2020, foi determinado que eles iriam a júri popular. Já Evellyn Perusso foi impronunciada pelos crimes de denunciação caluniosa e falso testemunho.

Daniel Correa Freitas jogou no Coritiba, em 2017. Quando morreu, ele estava emprestado pelo São Paulo ao São Bento, que disputava a Série B do Campeonato Brasileiro. 

No streaming

O caso virou um episódio na série “11 Tiros”, do HBO Max. O documentário retrata situações que envolvem o futebol e a violência. O capítulo é o 11º e reúne depoimentos do promotor João Milton Salles, do assistente de acusação Nilton Ribeiro e de uma das acusadas de participação no crime, Evellyn Brisola Perusso.

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