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Equipe da Sesa captura 2,4 mil arranhas-marrons na metade de julho no Paraná

Equipe da Sesa captura 2,4 mil arranhas-marrons na metade de julho no Paraná

As aranhas-marrons são levadas para laboratórios, onde é extraído o veneno usado para fabricação do soro para atendimento das pessoas que sofrem picadas.

Vinicius Cordeiro - segunda-feira, 17 de julho de 2023 - 19:05

A equipe do CPPI (Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos) capturou 2.459 aranhas-marrons nas duas primeiras semanas de julho. O centro é uma unidada da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde).

O número de aranhas capturadas é 20% a mais do que o habitual. O normal é ter cerca de 1,8 mil aranhas capturadas em duas semanas. 

Todas as capturas foram realizadas na região do Norte Pioneiro do Paraná, nas cidades de Cambará, Andirá e Quatiguá.

Segundo os dados da Sesa, são capturadas cerca de 45 mil aranhas de três espécies de aranha-marrom em todo o Paraná e em Santa Catarina. Isso dá uma média de 3.750 animais por mês.

Com o veneno de 45 mil aranhas-marrons podem ser produzidas até 15 mil ampolas de antiveneno.

ARANHAS SÃO USADAS PARA FABRICAR ANTIVENENO

As aranhas-marrons são levadas para laboratórios, onde é extraído o veneno usado para fabricação do soro para atendimento de todas as pessoas que sofrem picadas. 

A Sesa disponibiliza o antiveneno em todas as Regionais de Saúde. Segundo o farmacêutico Erickson Moura, responsável pela equipe, o processo é rigoroso. O trabalho de captura requer cuidados e experiência.

“Existe um mapeamento prévio dos locais de coleta, seguido da extração do veneno na área laboratorial e a manutenção das aranhas-marrons. Os profissionais fazem a extração gota a gota do veneno de cada aranha capturada. É muito minucioso”, explica.

O veneno é extraído por meio de estímulo de eletrochoque. São coletados aproximadamente 25 a 50 microlitros de veneno, gerando uma produção anual de 1.800 miligramas de veneno bruto liofilizado..

Essa quantidade anual de veneno é suficiente para a produção de até 1.200 litros de plasma hiperimune antiloxoscélico (matéria-prima do soro antiloxoscélico). 

Esse volume pode gerar até 15.000 ampolas, quantidade suficiente para o tratamento entre 1.800 e 3.600 pessoas vítimas da picada da aranha-marrom. Após duas ou três extrações, elas acabam morrendo, por isso há necessidade de capturas em campo de forma contínua.

ORIENTAÇÃO EM CASO DE PICADA DE ARANHA-MARROM

Se a pessoa for picada por uma aranha-marrom, deve procurar imediatamente uma unidade de saúde. Se possível, o paciente também deve levar a aranha causadora do acidente. As picadas podem levar a estados classificados como leve, moderado e grave. 

Os casos graves se apresentam como lesões de pele bem características, com feridas maiores que podem causar isquemia de vasos sanguíneos e necrose no local, de quatro a cinco dias após a picada.

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