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Municípios paranaenses têm rápida capacidade de ação em caso de inundações
(Foto: divulgação/Prefeitura de Rio Negro)

Municípios paranaenses têm rápida capacidade de ação em caso de inundações

210 dos 399 municípios paranaenses contam com um planto de contingência de alto nível para evitar desastres geo-hidrológicos

Brenda Iung - terça-feira, 4 de junho de 2024 - 17:04

Pouco mais de um mês após o início das enchentes no Rio Grande do Sul, dados federais demonstram a alta capacidade de resposta dos municípios paranaenses para evitar que algo semelhante aconteça no estado. No último mês, o Paraná Portal questionou o Governo do Paraná sobre as ações estaduais para evitar enchentes, inundações e alagamentos, clique aqui para ver. E, agora, há dados consolidados sobre a rapidez com que os municípios do estado tendem a lidar com desastres geo-hidrológicos.

52,63% dos municípios do Paraná apresentam rápida resposta a inundações, enxurradas e alagamentos

Conforme levantamento do Sistema de Informações e Análises sobre Impactos das Mudanças do Clima (AdaptaBrasil MCTI), sob responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, 210 dos 399 municípios do Paraná têm um plano de contingência alto para situações semelhantes.

A plataforma revela também que apenas 17 municípios apresentam alerta alto para o risco de inundações, enxurradas e alagamentos. Nenhum município do estado está em alto risco para desastres geo-hidrológicos. O oposto também é visto: apenas nove dos 399 municípios apresentam alto risco para a seca.

“Esses números estão em consonância com os objetivos do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho. A data foi estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972 para que as pessoas, comunidades e países façam ações para cuidar do planeta. Depois de 52 anos, muitas cidades se ajustaram, outras ainda carecem de boas práticas e não estão devidamente preparadas para lidar com os impactos das mudanças climáticas”, explica o doutor em Ciências Ambientais do Centro Universitário Integrado, Rafael Zampar.

Essas rápidas ações são essenciais considerando que o Brasil vive um período de soma de eventos climáticos extremos: no ano passado, por exemplo, foram registrados 12 desse tipo, com ondas de calor, chuvas intensas, onda de frio, inundação, seca e ciclone extratropical — conforme dados do Estado do Clima na América Latina e no Caribe em 2023, realizado pela Organização Meteorológica Mundial.

“Temos que diminuir as emissões de gases que provocam o efeito estufa e mitigar os resultados das mudanças climáticas antes que esses fenômenos se tornem mais frequentes e severos”, destaca o mestre em Educação, Saneamento, Sustentabilidade e coordenador dos cursos de engenharias do Centro Universitário Integrado, Paulo Henrique Rodrigues.

Hábitos sustentáveis devem fazer parte da rotina, mas não são suficientes

Rodrigues ressalta que, embora, as micro ações, como reúso de materiais, descarte correto do lixo e a reciclagem são bastantes importantes para criar uma rotina sustentável. No entanto, não é suficiente para evitar que catástrofes ambientais aconteçam.

Para isso, é determinante que o poder público invista em macro ações, defende o professor. Entre elas, estão: cuidados com o solo, redução do desmatamento, planejamento urbano, preservação de faixas de transbordo dos rios e áreas de drenagens, que auxiliem nos dias de chuvas intensas.

“É fundamental que todos os municípios invistam em infraestrutura resiliente e em sistemas de alerta para salvar vidas e reduzir danos. Muitos problemas que enfrentamos – incluindo enchentes e deslizamentos – são exacerbados por práticas não sustentáveis como o desmatamento e a ocupação irregular do solo”, completa o doutor em Ciências Ambientais, Rafael Zampar.

*Com assessoria.

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