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UFPR diz que corte do governo federal inviabiliza pagamento de bolsas e contas básicas

UFPR diz que corte do governo federal inviabiliza pagamento de bolsas e contas básicas

Em nota, a UFPR criticou a atitude do governo federal, afirmando que os cortes atingem as parcelas mais necessitadas

Redação - terça-feira, 6 de dezembro de 2022 - 19:51

A UFPR (Universidade Federal do Paraná) classificou como “gravíssima e dramática” a situação vivida pela instituição após os cortes efetuados pelo governo federal. Segundo a universidade, sem os recursos, não haverá saldo para arcar com contas básicas de água, luz, contratos dos serviços essenciais de conservação, limpeza e segurança.

Nesta segunda-feira (5), o governo federal bloqueou R$ 344 milhões das universidades federais. A medida havia sido anunciada inicialmente no dia 28 de novembro, durante o jogo da Seleção Brasileira, medida revogada em 1º de dezembro. Dias depois, no entanto, o MEC voltou a bloquear os recursos.

Sem dinheiro em conta, a UFPR informou nesta terça-feira (6) que também não terá condições de pagar as bolsas de estudo, auxílios e manutenção dos restaurantes universitários. A situação, segundo a universidade, afeta todas as instituições federais de ensino superior (IFES).

Em nota, a UFPR criticou a atitude do governo federal, afirmando que os cortes atingem as parcelas mais necessitadas, “pois os mais afetados são justamente os estudantes em vulnerabilidade socioeconômica e os trabalhadores assalariados das empresas terceirizadas. A situação se mostra crítica e grave”.

Para atender os alunos em situação de insegurança alimentar, o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, diz que vai garantir o fornecimento de comida em um dos restaurantes universitários de Curitiba.

A Pró-reitoria de Administração (PRA) e a Central de Transportes (Centran), apesar dos cortes, irão manter disponível, em Curitiba, uma linha de ônibus Intercampi para levar os estudantes ao RU que ficar funcionando.

Também presidente da Andifes (Associação Nacional das Instituições Federais de Ensino Superior), o reitor da UFPR emitiu nota de repúdio à “herança sinistra e calamitosa” para os setores da Educação, Ciência e Tecnologia e Assistência Estudantil.

“A medida de saque adotada sobre as IFES, acontece justamente no período de aumento na arrecadação da máquina pública federal. O contraste entre aumento de arrecadação fiscal e o desamparo financeiro das instituições públicas de ensino federal, enquadra-se mais como uma falta de prioridades absoluta e descaso do governo, tanto com a Educação, como com a Ciência e Tecnologia e ainda mais, com a parcela que mais necessita e depende de auxílios para a manutenção de seus estudos”, disse Ricardo Marcelo Fonseca.

A Pró-reitora de Assuntos Estudantis, professora Maria Rita de Assis César, afirma que nos campi fora de Curitiba também serão tomadas medidas de segurança alimentar, conforme a necessidade e as especificidade das comunidades.

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