MPPR se isenta de responsabilidade sobre punição generalizada a torcedores
Autoridades reconhecem incapacidade de identificar e punir individualmente torcedores envolvidos em cenas de violência
Alvo de críticas pela punição generalizada a torcedores do Coritiba, o Ministério Público do Paraná (MPPR) transferiu a responsabilidade para as organizadas.
A pedido da promotoria, a Justiça do Paraná proibiu o acesso de integrantes das torcidas organizadas Império Alviverde e Dragões Alviverde ao Couto Pereia.
No entanto, a punição generalista e sem critério afastou do estádio centenas de torcedores que nunca estiveram envolvidos em episódios de violência.
Inclusive, entre os torcedores que perderam o direito de acessar o Couto Pereira estão crianças, adolescentes, mulheres e pessoas com deficiência.
Em nota publicada nesta sexta-feira (16), o MPPR afirmou que a relação membros proibidos de acessar o estádio foi passada pelas próprias torcidas.
Segundo a promotoria, nem o MPPR, nem a Polícia Militar do Paraná, “têm qualquer ingerência em relação aos nomes que estão na lista”.
A nota ainda diz que “cabe às mencionadas torcidas organizadas não somente manter um cadastro de seus associados/membros, mas também atualizá-lo”.
PUNIÇÃO AO CORITIBA
O motivo para a proibição é a briga de alguns membros da organizada do Alviverde durante a partida contra o Cruzeiro, em 11 de novembro, na Vila Capanema.
No entanto, incapaz de identificar e punir individualmente os envolvidos no episódio, o MP solicitou a punição de todos os associados às torcidas organizadas.
A punição se reflete no público do Couto Pereira. A partida contra o Maringá teve apenas 8.268 pagantes, metade do público na partida contra o Operário (16.066).