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Moro vai recorrer contra decisão que mantém acusações de Tacla Duran no STF

Moro vai recorrer contra decisão que mantém acusações de Tacla Duran no STF

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, acolheu parecer da PGR e contrariou os interesses de Moro e Dallagnol, que preferem ser investigados na 1.ª instância

Angelo Sfair - terça-feira, 11 de abril de 2023 - 10:30

O senador Sergio Moro (União) afirmou nesta terça-feira (11) que vai recorrer contra a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, que acolheu o parecer da PGR (Procuradoria-Geral da República) e decidiu manter a apuração sobre supostos casos de extorsão na Lava Jato sob responsabilidade do STF (Supremo Tribunal Federal).

As acusações contra Moro e o contra o ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos) foram apresentadas pelo advogado Rodrigo Tacla Duran em depoimento prestado à Justiça Federal do Paraná (JFPR) no mês de março. Na audiência, o ex-funcionário da Odebrecht alegou que um representante de Moro e Dallagnol cobrou US$ 5 milhões para que o investigado não fosse preso e pudesse negociar um acordo de delação premiada com o MPF (Ministério Público Federal) no Paraná.

Figuras centrais da Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol atualmente ocupam cargos eletivos no Congresso Nacional, no Senado e na Câmara, respectivamente. Ambos criticam a postura de Tacla Duran e o acusam de ser um “mentiroso compulsivo”. Eles defendem que as investigações sobre a suposta tentativa de extorsão tramite na primeira instância.

“A manifestação da PGR acolhida pelo ministro Ricardo Lewandowski contraria precedentes do próprio STF relativos ao foro privilegiado. Ressalto que o processo com as falsas acusações não é de competência do Supremo, visto que os fatos inventados seriam anteriores ao meu mandato de Senador. Recorrerei tão logo tenha acesso aos autos”, disse Moro, pela internet.

No parecer sobre o caso, a PGR defendeu que o caso deve ser investigado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal porque Moro e Dallagnol são parlamentares e têm foro privilegiado.

Ao analisar o caso, o ministro do STF Ricardo Lewandowski também destacou que a Procuradoria disse que Tacla Duran também apontou suspostas atuações criminosos da Moro enquanto ministro da Justiça, durante o governo de Jair Bolsonaro (PP).

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