Embates entre Renato Freitas e Ricardo Arruda causam irritação nos parlamentares do PR
“Vamos parar com isso, ninguém mais aguenta”, disse o líder do governo na Alep, Hussein Bakri após nova discussão entre os deputados.
Parlamentares paranaenses estão irritados com os embates entre os deputados estaduais Renato Freitas (PT) e Ricardo Arruda (PL) na Assembleia Legislativa do Paraná.
Ontem (19), a sessão chegou a ser suspensa por causa de uma nova troca de ataques entre dupla, algo que se tornou comum desde março.
Freitas acusou Arruda de representar ‘a extrema-direita’ e citou a denúncia por desvio de dinheiro público, tráfico de influência e associação criminosa oferecida pelo MPPR (Ministério Público do Paraná).
Em resposta, Arruda afirmou que “as drogas” que o petista “usa estão fazendo mal pra sua cabeça”. Além disso, acusou Freitas de já ter sido preso em flagrante 17 vezes: ”É uma pessoa desqualificada, que vomita mentiras”.
Luciana Rafagnin (PT) e Tercílio Turini (PSD) tentaram intervir, mas em vão. Diante do embate, o presidente da Alep, Ademar Traiano (PSD), assumiu a fala.
No fim de março, Traiano já havia feito um apelo à dupla para que não fizessem mais ataques pessoais para não prejudicar a imagem da Casa.
Dessa vez, o presidente da Assembleia causou revolta em Renato Freitas. Traiano reconheceu a votação ‘expressante’ do petista, mas disse que o petista se coloca como vítima.
“Essa coisa da vitimização permanente, me parece que é algo orquestrado para se tornar mídia permanente em relação a sua trajetória de vida”, disse.
A afirmação causou reação imediata de Freitas e gerou uma nova discussão, dizendo que ele é “tão deputado quanto o senhor”.
RENATO FREITAS x RICARDO ARRUDA: PARLAMENTARES CRITICAM EMBATES
Após a retomada da sessão, o deputado Hussein Bakri (PSD), líder do governo na Alep, criticou os episódios.
“Me lembrei do tempo que eu cuidava das minhas crianças e as duas falavam ‘chega, não quero mais brincar disso’. Vamos parar com isso, ninguém mais aguenta. O fato concreto é esse. Eu não quero mais assistir o que eu vi. Viemos aqui para trabalhar”.
Quem também fez críticas ao duelo foi o vereador de Curitiba, Professor Euller (MDB). Ele classificou os embates como ‘vergonhosos’.
“Temas importantes deveriam estar sendo discutidos, mas o que se vê é uma enorme perda de tempo com as brigas pessoais entre os dois deputados”, afirmou.
Além disso, o parlamentar ainda ressaltou que as brigas têm como objetivo o crescimento nas redes sociais e fez um comparativo com a briga entre os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL) e Marcon (PT) na Câmara Federal.
“Engana-se quem pensa que o circo armado por estes dois parlamentares é ruim para eles. Ambos se alimentam desta rivalidade e crescem em audiência A estratégia não é nova. Em parlamentos de todo o Brasil tem ocorrido algo similar. Esta cegueira, que tem nítidos reflexos eleitorais, tem gerado uma idiotização e uma pauperização cognitiva nos parlamentos brasileiros”, completou.
