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Câmara de Curitiba agenda nova posse de Ana Júlia como vereadora

Câmara de Curitiba agenda nova posse de Ana Júlia como vereadora

Primeira suplente do PT já havia assumido o cargo que era de Renato Freitas. No entanto, uma decisão judicial fez com que ela retornasse à suplência.

Redação - quinta-feira, 18 de agosto de 2022 - 14:41

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) agendou para terça-feira (23) a nova posse de Ana Júlia Ribeiro (PT) como vereadora. Primeira suplente do partido, ela substitui Renato Freitas (PT), cassado por quebra de decoro parlamentar ao ocupar um templo religioso.

No início de julho, ela já havia assumido o cargo. No entanto, retornou à suplência após uma decisão da desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que devolveu o cargo a Freitas, cassado novamente em agosto.

Quando foi empossada pela primeira vez na CMC, Ana Júlia afirmou que daria continuidade ao trabalho de Renato Freitas e chamou o processo contra ele de “injusto e desproporcional”.

“Se ele foi cassado pelo que representa e por sua origem, digo que cassaram muito mal porque também vim da escola pública e da classe trabalhadora. Chego à essa casa para representar os movimentos sociais e as lideranças que me apoiaram em 2020”, disse à época.

ANA JÚLIA RIBEIRO SERÁ A VEREADORA MAIS JOVEM DA ATUAL LEGISLATURA

Ana Júlia Ribeiro também é candidata a deputada estadual nas eleições de 2 de outubro. Ela em 22 anos e será a mais jovem da atual legislatura Câmara de Curitiba. Em 2020, ela recebeu 4.538 votos, ficando numericamente à frente de outros vereadores eleitos. Porém, pela distribuição proporcional, ficou como suplente pelo Partido dos Trabalhadores.

A futura vereadora é estudante universitária dos cursos de Direito e Filosofia. Ficou conhecida em 2016, quando foi uma das lideranças estudantis secundaristas que ocupou escolas públicas, contra a proposta de reforma na educação, feita pelo então governo Michel Temer (MDB).

Na época, fez um discurso na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) que ganhou repercussão nacional. “Somos um movimento que se preocupa com as gerações futuras. Esse país é nosso. Vai ser dos meus filhos, dos filhos dos meus filhos, e eu me preocupo com esse país”, disse na ocasião aos deputados estaduais.

CASSAÇÃO DE RENATO FREITAS

O vereador Renato Freitas foi cassado duas vezes por quebra de decoro parlamentar ao ocupar um templo religioso. Na última ocasião, foram 23 votos favoráveis e sete contrários à perda do cargo.

Ele era alvo de um Processo Ético Disciplinar (PED) da Câmara Municipal por ocupar um templo religioso em Curitiba, em fevereiro deste ano, numa manifestação após a morte do imigrante congolês Moïse Mugenyi Kabagambe.

O petista foi uma das pessoas que entrou na Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, no final do protesto. À época, ele afirmou que a mobilização seria encerrada em uma “igreja feita por pretos e para os pretos”.

Segundo o padre Luiz Haas, uma missa estava sendo celebrada no momento da ação, que foi classificada pelos religiosos como invasão.

Renato Freitas negou que estava à frente da manifestação e que a ação foi uma invasão. Segundo ele, a missa já estava encerrada e a Igreja estava aberta.

Em março, a Arquidiocese de Curitiba se posicionou contrária à cassação do mandato do petista.

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