Assembleia do Paraná é ocupada por manifestantes; sessão é suspensa
Votação dos deputados deve acontecer às 17h de forma remota.
Os manifestantes contra o projeto ‘Parceiro da Escola’ ocuparam o prédio do plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) no início da tarde desta segunda-feira (3). Duas pessoas ficaram feridas.
O projeto prevê a privatização de 200 escolas da rede estadual tem previsão de ser votado pelos deputados estaduais ainda hoje.
A sessão dos parlamentares, prevista para às 14h, foi oficialmente suspensa temporariamente pelo deputado Ademar Traiano (PSD), presidente da Alep. “Informo aos senhores deputados que em função da invasão da Assembleia, estamos suspendendo a sessão temporariamente”, disse Traiano.
Fontes ouvidas pelo Paraná Portal afirmam que a sessão deve acontecer de forma remota a partir das 17h. Além disso, havia possibilidade dos deputados alterarem o local da votação para a Ópera de Arame.
Após os manifestantes ocuparem as galerias do plenário da Alep, os deputados estaduais decidiram suspender a sessão. Devido ao protesto, diversos funcionários de gabinetes parlamentares haviam sido dispensados do trabalho presencial ainda pela manhã.
MANIFESTANTES OCUPAM A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA; VEJA O VÍDEO
Os manifestantes forçaram a entrada no edifício da Assembleia Legislativa do Paraná. A força policial evitou a entrada dos protestantes com bombas de efeito moral.
Segundo o carro de som dos organizados do protesto, duas pessoas ficaram feridas. O Siate foi acionado para o atendimento médico.
PROTESTO REÚNE 10 MIL PESSOAS; RATINHO JUNIOR AFIRMA QUE ADESÃO À GREVE FOI BAIXA
O protesto, atrelado com a greve dos professores nas escolas estaduais, começou na manhã desta segunda-feira (3) com concentração na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Segundo a APP-Sindicato, cerca de 10 mil pessoas compareceram.
Os manifestantes caminharam de cerca de dois quilômetros, percorrendo o Centro da cidade, até a Assembleia Legislativa do Paraná.
Em nota, o governador Ratinho Junior afirmou que a greve dos professores teve baixa adesão.
Já a Secretaria de Estado da Educação (Seed) orientou aos pais que enviassem os filhos às escolas normalmente para que não houvesse prejuízo ao andamento regular do aprendizado.
GOVERNO DO PARANÁ PROPÕE PROGRAMA PARCEIRO DA ESCOLA
O projeto Parceiro da Escola prevê que, para ser instalado, passe antes por uma consulta pública junto à comunidade escolar, em modelo similar aos das instituições cívico-militares, em um processo democrático.
Inicialmente, a consulta vai ocorrer em 200 escolas de cerca de 110 cidades, em que “foram observados pontos de aprimoramento em termos pedagógicos, projetando inclusive uma diminuição da evasão escolar”. O número representa cerca de 10% de toda a rede estadual do Paraná.
Conforme o governo, o programa não atinge escolas indígenas, aquelas em comunidades quilombolas e em ilhas ou as cívico-militares. O texto é votado nesta segunda-feira (3), a partir das 14h30, em regime de urgência na Assembleia Legislativa.
Um projeto-piloto da privatização das escolas paranaenses já é desenvolvido nos Colégios Estaduais Aníbal Khury, em Curitiba, e Anita Canet, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, desde o ano passado.
