Construção Civil
Construção civil inclui cada vez mais o público pet nas demandas
Samson Katt

Construção civil inclui cada vez mais o público pet nas demandas

Aumento na população de animais faz crescer as exigências dos clientes; entenda

Mirian Villa - terça-feira, 4 de junho de 2024 - 09:48

A população brasileira de pets já é a terceira maior do mundo, segundo dados do Instituto Pet Brasil: são 149 milhões de animais nas residências. A empresa apontou que, durante a pandemia, entre os anos de 2020 e 2021, houve crescimento de 6% no número de gatos e de 4% na quantidade de cachorros que passaram a integrar as famílias brasileiras. 

Nesse sentido, o setor da construção civil tem olhado com carinho para as demandas dos animais de estimação. O engenheiro civil Robert Schneider, do Grupo Andrade Ribeiro, explica que o setor de construção civil está cada vez mais sensível a essas demandas.

“Os profissionais quando pensam em projetos de edifícios já colocam em mente diferentes tamanhos de garden, a depender da estrutura do condomínio. Sabemos que esses locais não são utilizados somente para crianças brincarem, por exemplo, mas para o bem-estar dos animais”, diz. 

No caso dos espaços externos, ou das áreas comuns de um condomínio, o especialista aponta que as rotinas de passeio e lazer dos pets com seus tutores é um ponto considerado importante para estruturar um empreendimento.

“Os animais de estimação passaram de fato a ser parte da família. Seus horários, espaços de banho de sol, lazer e convivência não podem se restringir aos apartamentos. Por isso os condomínios são pensados com áreas comuns amplas, com muito verde, espaços pets, além de outros locais, como aqueles para a convivência em geral entre os condôminos (espaço zen, por exemplo). Afinal, se eles são parte da família, também podem estar nesses locais”, afirma.

Um imóvel projetado para os animais é o que atraiu a médica veterinária Jéssica Sperandio mora em um condomínio no bairro Campo Comprido, em Curitiba, com a gata, a Gigi. A felina gosta de aproveitar as áreas comuns entre os prédios para passear, seja na calçada, na grama ou em meio às plantas. Jéssica a conduz com uma guia e as duas aproveitam o tempo juntas no condomínio.

A rotina da médica com a Gigi se repete em milhões de lares do Brasil, em especial devido ao aumento da população pet entre as famílias. Dentro de casa, por exemplo, Jéssica tem todo o cuidado com sua melhor amiga felina. Por isso escolheu um apartamento com garden para morar.

“O apartamento para um felino precisa ter estrutura que comporte a necessidade de subir em lugares altos, tendo em vista a natureza arborícola dessa espécie, sem prejudicar a segurança dela e dos moradores”, explica. 

Apesar do avanço, alguns ajustes podem ser feitos. Jéssica também acredita que o condomínio, em especial a área comum, deve estar mais abertas à integração com os pets.

“Algo importante, por exemplo, é ter nas áreas verdes plantas que não sejam tóxicas. Acho essencial que o condomínio entenda as necessidades de os pets andarem sob guia e companhia livremente por todos os espaços com natureza, já que isso promove redução na ansiedade, diminui incômodos dentro dos apartamentos, como excesso de latidos e estimula a cognição. Como neurologista veterinária entendo isso essencial para a saúde cerebral”, diz.

*Com assessoria.

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