Setor de pneus prevê alta nos preços com obstáculos nas importações
Associação Nacional da Indústria de Pneus pediu à Camex um aumento na alíquota no imposto de importação para pneus
O setor de Pneus alerta para uma alta de preços nos produtos nos próximos meses. Isso porque há um pedido das multinacionais, com fábricas no Brasil, sob representação da Associação Nacional da Indústria de Pneus (Anip), para um aumento nas taxações em importações.
O pedido foi feito para a Câmara de Comércio Exterior (Camex). Na solicitação, a sugestão do aumento da alíquota do Imposto de Importação para pneus de automóveis e de carga de 16 para 35%, 120% de aumento. Essa iniciativa veio após um período de quedas de preços no setor — no último ano, o preço do pneu caiu 7,75%, conforme o IPCA.
Por que os preços dos pneus podem aumentar no Brasil?
Ricardo Alípio, presidente da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip), avalia que se o pedido da Anip for aprovado, o aumento de impostos será repassado a toda a cadeia produtiva, impactando nas medidas do governo para reduzir a inflação e os juros e, consequentemente, resultando no aumento dos preços dos pneus no país.
“Os fabricantes nacionais sugerem a existência de um surto de importações de pneus asiáticos que estaria prejudicando a indústria brasileira, mas sonegam ao governo a informação de que a própria indústria nacional foi a principal importadora nesses últimos anos para compensar sua incapacidade produtiva em solo brasileiro”, afirma Alípio.
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O presidente da Abidip se diz contrário aos argumentos da Anip, que defendem que as barreiras tariárias e as novas exigências de sustentabilidade adotadas pelos EUA e pela Europa estariam direcionando mais pneus asiáticos para o Brasil.
“Ao contrário, as importações de pneus asiáticos pelos EUA e Europa permaneceram estáveis ou até cresceram justamente porque são produtos que adotam práticas sustentáveis e possuem tecnologia de ponta em sua fabricação”, rebate o líder.
A Abidip explica que as importações de pneus aumentaram após a retomada econômica motivada pelo fim da pandemia da Covid-19 e nesse momento ajudou a suprir a demanda brasileira, que estava com dificuldades na capacidade produtiva.
Além disso, a associação afirma que a reivindicação dos fabricantes no comprova que houve desequilíbrio ou prejuízo à indústria entre 2020 e 2023, E defende que nesse período as vendas internas permaneceram estáveis, com aumento de produção e redução da capacidade ociosa.
*Com assessoria.
