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Privatização das escolas públicas, a mão do governo no vespeiro

Privatização das escolas públicas, a mão do governo no vespeiro

Oposição reage ao audacioso projeto do governador de privatizar escolas

Pedro Ribeiro - quinta-feira, 23 de maio de 2024 - 09:28

O governador Ratinho Junior (PSD) pode estar mexendo em um vespeiro com seu audacioso projeto de privatização das escolas públicas do Paraná. São mais de 2.200 escolas, com 1 milhão de estudantes, 25 mil funcionários e 65 mil professores. Ou seja, a educação é, seguramente, o maior serviço prestado aos paranaenses.

A primeira reação partiu da APP-Sindicato que convocou os trabalhadores da educação para participar da Assembleia Estadual Extraordinária que será realizada no sábado, onde a pauta principal será o projeto do executivo que deverá chegar na próxima emana na Assembleia Legislativa. Serão debatidas pautas financeiras não cumpridas pelo governo e estratégias para barrar a aprovação do projeto de privatização das escolas públicas.

O líder do governo na Alep, deputado Hussein Bakri, que reuniu 40 deputados para apresentar o projeto, disse que “trata-se de mais um projeto moderno e inovador do Governo Ratinho Junior, que já está sendo testado em duas escolas desde o ano passado com altos índices de frequência e desempenho dos estudantes bem como ampla aprovação da comunidade escolar”.

Segundo ele, a “gestão pedagógica continuará inteiramente sob responsabilidade da Secretaria de Educação e a adesão ao novo modelo só ocorrerá mediante aprovação de alunos, pais e professores”.

“É um desastre”. Assim definiu o presidente do PT paranaense, deputado Arilson Chiorato, sobre o projeto do governador. “Vamos mobilizar a oposição para que não seja aprovado”, disse ao Paraná Portal.

Quem também prevê tempestade pela frente é o deputado Requião Filho (PT). O parlamentar informa que o texto final do projeto ainda não chegou na Assembleia Legislativa, mas já foi apresentado, em uma prévia, a um grupo de deputados nesta segunda-feira (20). Segundo a proposta, uma das principais mudanças é a que converte os professores contratados em regime temporário (PSS) em CLT, e os professores efetivos da rede estadual serão consultados se querem ou não permanecer nas escolas.

O parlamentar questiona que o projeto do Executivo não esclarece o que será feito caso haja discordância dos profissionais, se serão desligados ou transferidos para outras unidades.  Caso o projeto seja aprovado, a empresa prestadora do serviço é quem fará a gestão administrativa e de segurança e será responsável pelo mobiliário e materiais escolares, internet e equipamentos de informática. Também será responsável pela seleção e contratação de professores e profissionais temporários.

“Educação é investimento, assim como a Saúde, a Moradia e a Segurança. Tenho dó e pena do povo que tem um governador que acha que isso é gasto. Investir em Educação é investir no futuro! Garantir que uma Empresa tenha lucro em cima da educação pública do Paraná é uma ofensa à nossa Constituição”, disse Requião Filho. O projeto deve chegar a Assembleia Legislativa na próxima semana e será analisado pelos deputados de oposição, de modo a garantir os direitos dos educadores e a qualidade do ensino público.

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