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Pedágio no Paraná: um sonho, um pesadelo e um negócio

Pedágio no Paraná: um sonho, um pesadelo e um negócio

Pedágio, o sonho e o pesadelo dos paranaenses. Começou no governo Jaime Lerner como um sonho e acabou se transformando em um dantesco pesadelo que assombra o Estado pelo menos nos últimos três anos. Neste fim de semana, ao descer para Morretes, percebi que as obras na praça de Pedágio de São José dos Pinhais […]

Pedro Ribeiro - sábado, 2 de março de 2024 - 10:10

Pedágio, o sonho e o pesadelo dos paranaenses. Começou no governo Jaime Lerner como um sonho e acabou se transformando em um dantesco pesadelo que assombra o Estado pelo menos nos últimos três anos. Neste fim de semana, ao descer para Morretes, percebi que as obras na praça de Pedágio de São José dos Pinhais estão em ritmo alucinante para que, em menos de 20 dias, a concessionário que ganhou o leilão deste lote passe a cobrar a tarifa dos usuários.

O lamentável é que nós vamos pagar pedágio em uma rodovia onde não existem reparos nas pistas, acostamentos e pinturas de faixas em um trajeto que está em péssimas condições de uso. É justo você pagar uma tarifa onde as rodovias não estão em estado de conservação ou de rodagem? Infelizmente é isso que vai acontecer. Nós vamos pagar para as concessionárias arrumarem e depois continuar a cobrança. Um bom negócio.

Como todos sabem, o pedágio é um negócio. No caso paranaense, onde as rodovias ficaram sem cobrança de tarifa por dois anos, a pista de rolamento se deteriorou e quem está sofrendo são os usuários. Aumentam os acidentes, caminhões perdem parte das suas safras de grãos com enormes prejuízos ao setor de transportes rodoviários e ao agronegócio que perde, também, competitividade.

Na minha leitura, duas coisas: a rodovia, no caso a BR-277 não terá obras a contento, pelo menos nos próximos cinco anos, como existia com a Ecovia. Por que? Quando o grupo dirigido pelo empresário Cecilio do Rego Almeida (falecido) iniciou os trabalhos da concessão, ele escolheu um grupo de engenheiros que conhecia a arte da construção rodoviária. Hoje, quem ganhou a concessão é um fundo de investimento que acabou montando a empresa Fundo Pátria, que, pouco sabemos sobre experiência em obras rodoviárias. Outro: para frustração dos paranaenses, os preços das tarifas não fugirão aos cobrados na gestão passada. Tem mais: antes eram 24 anos de concessão e agora, 30 anos. Como falei, um negócio onde, porém, temos contratos e fiscalizações. Que sejam cumpridos.

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