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Para solucionar problemas de distribuição de energia causados por temporais, Copel investirá R$ 2,1 bilhões
Curitiba, 05 de março de 2024 – O governador Carlos Massa Ratinho Jr. anuncia investimentos de R$ 2,1 bilhões na Copel.

Para solucionar problemas de distribuição de energia causados por temporais, Copel investirá R$ 2,1 bilhões

Após um período duplamente turbulento, com a venda de ações e temporais que assolaram o Estado no ano passado, a Copel lançou nesta terça-feira (05) um pacote de ações com investimento recorde de R$ 2,1 bilhões em distribuição de energia. Em 2023, o Paraná enfrentou 24 temporais de grandes proporções que provocaram danos graves à […]

Pedro Ribeiro - quarta-feira, 6 de março de 2024 - 09:16

Após um período duplamente turbulento, com a venda de ações e temporais que assolaram o Estado no ano passado, a Copel lançou nesta terça-feira (05) um pacote de ações com investimento recorde de R$ 2,1 bilhões em distribuição de energia.

Em 2023, o Paraná enfrentou 24 temporais de grandes proporções que provocaram danos graves à rede elétrica. Desse total, 15 foram registrados no último trimestre do ano, já na primavera. Trata-se do maior número de temporais registrados no Estado em um ano, segundo dados do Simepar.

Em 2024 a empresa de energia vai investir R$ 2,092 bilhões em distribuição de energia, de um total de R$ 2,4 bilhões aprovados no orçamento da companhia.

Os recursos serão aplicados em obras de melhoria na rede de distribuição de energia em todas as regiões do Paraná.

O plano prevê a construção de 18 novas subestações, 12 linhas de distribuição, ampliação e modernização de outras 80 subestações, além da instalação e substituição de transformadores, novas redes e o aporte nos principais programas da companhia, como o Paraná Trifásico e o Rede Elétrica Inteligente.

“Empenhamos todos os esforços para colocar em prática um plano de investimentos recorde, idealizado para acompanhar o crescimento do Paraná, Estado que mais cresce no Brasil”, salienta o presidente da Copel, Daniel Slaviero. “Estes investimentos dão continuidade à modernização dos ativos da companhia iniciada em 2019 e garantem que a prestação de serviço a mais de 11 milhões de paranaenses ganhe cada vez mais qualidade”, acrescenta. De 2019 a 2024, o montante de investimentos da companhia totaliza R$ 12,7 bilhões.

Um dos principais destaques é a construção de novas subestações em todo o Estado. Das 18 unidades cuja construção está em andamento, três – todas de 138 mil volts – devem entrar em operação ainda em 2024: as subestações Petrópolis, em Francisco Beltrão, Morangueira, em Maringá, e São Miguel do Iguaçu, no município homônimo do Oeste.  Dentre as 15 restantes, 7 unidades são de 138 mil volts e estão sendo erigidas em Capanema, Capitão Leônidas Marques, Cianorte, Campo Mourão, Apucarana, Paiçandu e Piraí do Sul. As outras 8 subestações em construção, que vão operar em 34,5 mil volts, beneficiam diretamente Mallet, Santa Mônica, Brasilândia do Sul, Balsa Nova, Vitorino, Almirante Tamandaré, Ponta Grossa e Paula Freitas.

Além das novas estruturas, 80 subestações estão sendo ampliadas e modernizadas em todas as regiões do Estado. Em 26 delas (9 unidades de 138 mil volts e 17 de 34,5 mil volts), as melhorias serão concluídas ainda em 2024. Nas 54 unidades restantes, as obras serão concluídas a partir de 2025 (são 25 subestações de 138 mil volts, 3 de 69 mil volts, e 26 de 34,5 mil volts).

A companhia também está construindo 12 novas linhas de alta tensão para conectar subestações e reforçar a redundância da rede. Dessas, 3 ficarão prontas ainda em 2024: duas para conectar a nova subestação Lea Martins, em Ponta Grossa, às unidades Sabará e Ponta Grossa Sul, e uma terceira para inserir a subestação Morangueira no sistema.

Um número maior de subestações e linhas significa, também, maior capacidade de fornecimento de energia, especialmente em grandes centros urbanos, onde há uma demanda maior por energia. Essas subestações e linhas funcionam como reforço umas das outras. Isso significa que, se uma unidade apresenta um problema, uma das outras poderá ser usada para evitar um desligamento e garantir o fornecimento de energia à população.

Outro destaque é o programa Paraná Trifásico, que está substituindo a rede rural existente por uma rede mais moderna,  trifaseada, com cabos protegidos e capacidade de comunicação remota.   Em 2023, o programa concluiu a implantação de mais de 15 mil quilômetros de redes. Até o final de 2024, chegará à marca de 20 mil km de redes, 80% do total de 25 mil km previstos para o programa. Com a iniciativa, a Copel melhora a qualidade no fornecimento de energia para o campo, renova seus ativos e contribui para o desenvolvimento do setor agrário paranaense, um dos mais competitivos do país.  Ao todo, serão R$ 2,7 bilhões em obras no programa.

Maior programa de smart grids do Brasil, o Rede Elétrica Inteligente está promovendo uma automatização sem precedentes na rede do Estado. Somente na primeira fase, 151 municípios das regiões Leste, Centro-Sul, Sudoeste e Oeste estão recebendo a rede de distribuição de energia automatizada.  Em 2024 devem ser instalados cerca de 500 mil medidores inteligentes.

A tecnologia reduz o tempo de desligamento provocado por intempéries e outros fatores externos ao sistema. Além disso, torna possível a leitura de consumo à distância e permite que o cliente tenha autonomia para monitorar seu consumo de energia em tempo real, entre outros benefícios. Com a Rede Elétrica Inteligente, a leitura do consumo será online, e os clientes poderão acompanhá-la no telefone celular, em tempo real, por meio do aplicativo da Copel.  

OUTROS INVESTIMENTOS –

Ao longo do ano, a companhia vai construir, ainda, 1,3 mil quilômetros de redes de distribuição por todas as regiões. Serão instalados, também, 823 equipamentos que adicionam automação e reforçam a rede elétrica, como religadores automáticos, reguladores de tensão e chaves elétricas.

A ação das intempéries provocou a quebra de 5.637 postes da rede da Copel no ano passado. A instalação dos novos postes no lugar dos avariados equivale à quantidade de estruturas necessárias para construir uma rede nova de cerca de 320 quilômetros de extensão.

“Em 2023, nós trabalhamos intensamente para reconstruir parte da rede destruída por temporais e para minimizar os impactos sobre o fornecimento de energia à população”, explica a superintendente de manutenção da Copel, Andrea Bertolin.

Ela ressalta que, além da manutenção preventiva e mobilização das equipes, a Copel está investindo em ampliação e modernização da rede. “O investimento em novas redes e subestações, e a implementação de programas como o Paraná Trifásico e o Rede Elétrica Inteligente contribuem para elevarmos o nível de automação da rede e empregarmos tecnologia avançada no enfrentamento dos estragos deixados pelos temporais.

TEMPORAIS

De acordo com o Simepar, no ano passado foram registrados 3.935 episódios de rajadas de ventos acima de 50 km/h. O montante representa um aumento de 14% em relação a 2022 e de 34,8% em relação a 2021. O instituto de meteorologia registrou a incidência de 284.210 raios no Paraná em 2023, número 25% maior do que em 2022 e 183% maior do que em 2021.

A primavera de 2023 também foi marcada por recordes de temperaturas e chuvas intensas. Segundo divulgação do Simepar, os acumulados de chuva superaram os 900 mm em diversos municípios durante a estação, principalmente no Sudoeste e Centro-Sul paranaense.

As intempéries fazem parte de um contexto mais amplo de temporais que assolaram todo o Paraná e estão associados ao fenômeno El Niño, que tem provocado tempestades e estragos em diversas localidades de todo o Estado. Em duas ocasiões, em outubro, os ventos alcançaram velocidades de 100 km/h e provocaram danos graves à parte da rede, que precisou ser reconstruída.

INVESTIMENTOS – Para fortalecer a rede elétrica, em 2023, a Copel destinou R$ 1,878 bilhão a obras de ampliação e reforço na distribuição de energia do Paraná. O montante foi aplicado em grandes programas de modernização, como o Paraná Trifásico e o Rede Elétrica Inteligente, além da construção de novas linhas, redes e subestações. Somente em 2023, a Copel concluiu 30 grandes obras de construção ou ampliação de subestações, linhas de transmissão e de distribuição de energia no Paraná. No ano de 2024, a companhia vai investir a cifra recorde de R$ 2,4 bilhões, a maior parte em obras de melhoria na qualidade do fornecimento de energia da rede no Paraná.

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