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O papel da Inteligência Artificial na eficiência governamental 
Reprodução/Pixabay

O papel da Inteligência Artificial na eficiência governamental 

A IA está transformando a maneira como os governos operam e oferecem serviços

André Telles - sábado, 8 de junho de 2024 - 12:40

A inteligência artificial tem se mostrado uma ferramenta revolucionária em diversos setores, e no âmbito governamental não é diferente. Com a capacidade de processar grandes volumes de dados e automatizar tarefas repetitivas, a IA está transformando a maneira como os governos operam, oferecendo serviços mais eficientes e acessíveis aos cidadãos.

Separei alguns cases de como diferentes governos ao redor do mundo estão utilizando a IA para melhorar suas operações e a interação com o público.

Estônia: Automação e Acessibilidade no Atendimento ao Cidadão

Na Estônia, o governo lançou o chatbot Suve, uma plataforma de inteligência artificial desenvolvida localmente pela Boost.ai. Suve é capaz de comunicar-se em estoniano e oferece respostas em tempo real sobre uma vasta gama de tópicos governamentais. Originalmente projetado para responder questões sobre a COVID-19, suas funcionalidades foram expandidas para incluir diversos serviços públicos. Suve representa um avanço significativo na acessibilidade dos serviços governamentais, permitindo que os cidadãos obtenham respostas rápidas 24 horas por dia, reduzindo a carga sobre os funcionários públicos e melhorando a eficiência operacional.

Singapura: Otimização da Gestão Urbana e de Recursos

Singapura é reconhecida por sua abordagem inovadora na utilização de tecnologias avançadas, incluindo a IA, para melhorar a gestão urbana. Utilizando sistemas de IA para analisar e prever padrões de consumo de serviços públicos, o governo consegue otimizar a alocação de recursos e a manutenção da infraestrutura. A IA também é empregada em sistemas de transporte público para ajustar frequências de trânsito e rotas em tempo real, melhorando a experiência do usuário e a eficiência do sistema.

Estados Unidos: Melhorando Respostas a Emergências com IA

Nos Estados Unidos, agências governamentais como a FEMA (Agência Federal de Gestão de Emergências) utilizam a IA para melhorar a resposta a desastres naturais. Através da análise de dados meteorológicos e de sensores, sistemas de IA ajudam a prever eventos extremos com maior precisão, permitindo uma mobilização de recursos mais rápida e efetiva. Este uso da IA não só salva vidas como também reduz o custo das operações de recuperação após desastres.

Reino Unido: Combate à Fraude Fiscal com Inteligência Artificial

O Reino Unido implementou sistemas de IA para identificar padrões de fraude fiscal, melhorando significativamente a eficiência da coleta de impostos. Utilizando algoritmos avançados, a Receita e Alfândega de Sua Majestade (HMRC) pode analisar automaticamente milhões de transações, identificando atividades suspeitas e aumentando a precisão das auditorias. Este uso da IA não apenas maximiza a receita do governo, como também assegura maior justiça fiscal.

E no Brasil?

Tenho acompanhado diversos cases de implementação de IA para governo no Brasil, como por exemplo, a chamada inteligente nas escolas do Paraná. Um processo de chamada normalmente consome cerca de 7 a 10 minutos por dia, equivalente a cerca de 33 horas anuais por turma. A solução que utiliza reconhecimento facial comprovou a redução do tempo utilizado na chamada para segundos.

O sistema faz uso de aplicativos já utilizados em escolas públicas do Paraná, como o app Escola Paraná, atualmente utilizado para controle de turmas e alunos, conteúdo de disciplinas, controle de frequência, entre outras funcionalidades.

A inteligência artificial está desempenhando um papel transformador na eficiência governamental, proporcionando soluções inovadoras que melhoram o atendimento ao cidadão, otimizam a gestão de recursos e aprimoram a segurança pública. À medida que mais governos adotam essas tecnologias, espera-se uma melhoria contínua na transparência, responsabilidade e eficácia das operações governamentais. O potencial para adaptação dessas inovações no Brasil ainda é enorme e vai abrir caminho para um governo mais eficiente e acessível, alinhado às necessidades e expectativas dos cidadãos brasileiros.

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