Prioridades: O que realmente Importa?

Nas vezes em que consegui colocar a cabeça para fora do furacão chamado rotina, pude refletir e contemplar algumas verdades que são engolidas pela louca correria das inúmeras atribuições da vida. Essa inquietude de estar sempre buscando, mais e mais, mesmo quando se está no limite, seja dos degraus de subida das conquistas ou da escalada dos limites físicos e psíquicos é bastante controversa.
E, em uma dessas reflexões, ao analisar o que estava tirando meu sono e tornando minha respiração agitada, ao invés de respostas consegui mais uma pergunta, que inclusive inspira o texto de hoje:

Pelo que eu corro?

Pois bem. A resposta mais comum quando me perguntam como estou, é seguida de bem, mas correndo! Correndo com o trabalho, com o doutorado, com a família, com o autocuidado, com os estudos, correndo e correndo.

E essa resposta de repente passou a não fazer mais sentido para mim. Pelo que eu corro mesmo? Afinal, estar sempre correndo revela pressa, agitação e a garantia de um cansaço extremo e rápido, e tudo isso depende apenas das escolhas e prioridades que elejo para minha vida.
Escolhas são, essencialmente, as bifurcações que encontramos ao longo do caminho. Cada decisão, grande ou pequena, molda o curso de nossa existência, e são essas escolhas que transferem para nós consequências e peso, de maneira muito natural como rege o curso da vida.

Entretanto, as prioridades, são as bússolas que nos guiam através das infinitas possibilidades, pois definir prioridades é essencial para garantir que estamos investindo nossa vida e, consequentemente, nosso tempo e energia naquilo que realmente importa.

Mas o que realmente importa?

Muito embora as escolhas possam se confundir com prioridades, elas são distintas, ainda que interdependentes. Escolhas conscientes são mais fáceis de fazer quando sabemos quais são nossas prioridades, e prioridades são únicas de indivíduo para indivíduo, o que vale é fazer com que elas tornem o caminho da existência empolgante e precioso.

Portanto, para viver de maneira plena e realizada, é fundamental desenvolver a habilidade de fazer escolhas bem-informadas e de definir prioridades com clareza. Essa prática exige reflexão, autoconhecimento e, muitas vezes, a coragem de dizer “não” para aquilo que não serve aos nossos objetivos mais profundos. E como dizer “não” é difícil!

Talvez, a nossa evolução como pessoas venha das prioridades, e consequentes negativas que damos em nosso cotidiano, para que ele fique estável e menos alvoroçado por correrias intermináveis.

E você, corre pelo quê?

“Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara, tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não
A vida não para não”
(Paciência – Composição Dudu Falcão e Lenine)