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Agro lamenta prejuízos incalculáveis ao setor e à economia com problemas na BR-277

Agro lamenta prejuízos incalculáveis ao setor e à economia com problemas na BR-277

Agronegócio e setor de transportes de cargas criticam falta de respostas rápida do governo em relação a problemas na BR-277

Pedro Ribeiro - quarta-feira, 8 de março de 2023 - 13:25

“A inabilidade política do Governo do Paraná está custando caro à sociedade”, afirma o presidente do Sistema Faep-Senar, Agide Meneguette.

 

Depois da queda da pedra, que há cinco meses vem dificultando o tráfego, agora foi o afundamento de parte de uma das pistas de rolamento da BR-277, na altura do km 35, no município de Morretes, causando sérios danos ao setor de transportes dos produtos agrícolas em direção ao Porto de Paranaguá.

Tudo isso poderia ter sido evitado se não fosse a teimosia do Governo do Estado que, primeiro, não quis ouvir o setor produtivo paranaense, em especial o agronegócio, que pediu a continuidade das concessões da rodovia e, depois, vem demorando para lançar edital do novo pedágio.

Pra o presidente da Federação da Agricultura (Faep), Ágide Meneguette, a “interdição da rodovia BR-277 vai gerar prejuízos incalculáveis ao setor agropecuário do Paraná. O bloqueio da rodovia já provoca impactos significativos no escoamento da safra de soja, em um momento em que o Estado tem perspectivas de bater um recorde de produção. A fila de caminhões, que não conseguem chegar ao Porto de Paranaguá, gera demurrage – taxa de estadia dos navios por período que permanecem atracados, aguardando a chegada das cargas. Esse dinheiro sai do bolso do produtor rural. Já temos notícias de cooperativas e traders que têm optado a escoar sua produção pelos portos de Santos, em São Paulo, e de São Francisco, em Santa Catarina, ainda que com frete mais caro”.

O presidente da Fetranspar, Coronel Malucelli, disse que a preocupação com a falta de monitoramento das estradas é grande no setor. “Vamos cobrar das autoridades uma resposta a quantas andas esse trabalho preventivo nessas importantes pontes da Serra do Mar, para que no futuro não sejamos surpreendidos com notícias de novos fechamentos da rodovia. O setor de transporte de cargas já acumula um prejuízo de R$ 100 milhões com a demora de cinco meses para solucionar o problema do deslizamento e queda de uma pedra”.

Meneguette observa que desde 2016, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), juntamente com outras entidades que representam o setor produtivo, vinham alertando o governo do Estado sobre as necessidades de antecipar a licitação das rodovias do Anel de Integração, cujas concessões venceram em novembro de 2021. 

Com o fim das concessões, as rodovias paranaenses ficaram sem manutenção e sem serviços de monitoramento geológico ao longo de toda a malha. Com isso, entre o fim de 2022 e o início de 2023, já assistimos a outros incidentes que culminaram com bloqueios na BR-277, na BR-376 e na Estrada da Graciosa. Uma análise técnica contratada pela FAEP tinha apontado que todos esses episódios poderiam ter sido evitados e/ou minimizados se houvesse a continuidade do serviço de monitoramento geológico que era feito pelas concessionárias. Ou seja, tratava-se de um caos anunciado.

A inabilidade política do governo do Paraná está custando caro à sociedade. As diferenças políticas deveriam ter se encerrado nas eleições. É urgente que Estado e governo federal se definam quanto a nova modelagem do pedágio. Essa situação não pode se estender e penalizar o povo paranaense ainda mais.

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