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É preciso estancar a sangria para oxigenar o desenvolvimento do Paraná

É preciso estancar a sangria para oxigenar o desenvolvimento do Paraná

Governistas e oposição não se entendem sobre o novo modelo de pedágio no Paraná e quem sofrerá as consequências será o próprio Estado.

Pedro Ribeiro - terça-feira, 7 de março de 2023 - 10:30

O deputado governista, Hussein Bakri, encostou o microfone na boca e aumentou o tom da voz ao afirmar que o governador Ratinho Junior não aceitaria alterações no modelo de pedágio desenvolvido pelos técnicos do Governo do Estado. 

Foi incisivo, como porta-voz oficial do Palácio Iguaçu, quando afirmou que o governador estipulou um prazo para que o Governo Federal tome uma decisão a respeito do pedágio no Paraná, ou seja, final de março. 

E foi mais longe, quando, também em nome do governador Ratinho Junior, fez uma séria ameaça: “Se isso não ocorrer até lá, o Estado assumirá a responsabilidade sobre as rodovias PRs da nova concessão, enquanto as BRs ficarão sob controle da União”.

Em Brasília, lideranças do PT e membros da Frente Parlamentar sobre o Pedágio discutiam com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, o modelo de pedágio com tarifa baixa, garantia de obras e qualidade nas rodovias.

O encontro contou com a presença da presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann, do deputado federal Enio Verri, do deputado estadual Romanelli e do economista Luiz Antonio Fayet.

Enquanto há uma disputa política sobre tão importante assunto que envolve a economia paranaense e mortes nas estradas, empresários e lideranças do setor rural e de transportes estão preocupados com a demora da licitação e com o fim das rodovias que estão se deteriorando a cada dia. “Pedágio seria a saída para as rodovias paranaenses e a demora do novo edital pode ser catastrófico para o transporte da safra de soja”, disse o presidente da Fael/Senar, Agide Meneguette.

“Não teremos, em curtíssimo prazo de tempo, estradas para transportar a produção do campo. A indecisão dos governos estadual e federal em adotar um novo modelo de concessão de rodovias vai atingir o segundo maior produtor de grãos do País, que é nosso Estado. A consequência será desastrosa porque o custo do transporte é o que mais influencia na composição dos preços dos produtos que são definidos pelo mercado internacional”, alerta Meneguette.

A assessoria do Palácio Iguaçu e mesmo o líder do governo na Assembleia Legislativa deveriam orientar o governador Ratinho Junior a buscar um consenso para resolver essa pendenga que já se arrasta por mais de um ano.

De que adianta Bakri falar grosso na Assembleia Legislativa como incendiário que coloca gasolina no fogo para ver a pradaria pegar fogo. Como político, com experiência, deveria saber que, hoje, o governo que está em Brasília é de oposição a Ratinho Junior e tem uma legião se panzers e patrulheiros contra a gestão do governador.

Pelo que percebemos, o fogo vai se alastrar, as rodovias vão acabar, grande parte das safras vão ficar no campo e a economia paranaense vai perder competitividade tano no mercado interno como exportador. 

Como explicar isso depois?

 

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