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PF mira contrabando de agrotóxicos e cigarros no Paraná

PF mira contrabando de agrotóxicos e cigarros no Paraná

Ação da Polícia Federal ocorre em sete cidades paranaenses; são cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva.

Rafael Nascimento - quinta-feira, 20 de outubro de 2022 - 08:16

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (20), uma operação que mira desarticular uma quadrilha que atuava na importação, transporte e comercialização agrotóxicos e cigarros contrabandeados em todo país.

Foram mobilizados cerca de 200 Policiais Federais para o cumprimento de 58 ordens judiciais expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra/PR, no Oeste do Estado. São 34 mandados de busca e apreensão e 24 de prisão preventiva.

No Paraná, a ação ocorre nas cidades de Umuarama, Amaporã, Alto Piquiri, Iporã, Jardim Alegre, Campo Mourão e Terra Roxa. Também há mandados sendo cumpridos em Mundo Novo/MS, Nova Prata/RS, Palmas/TO e Luís Eduardo Magalhães/BA.

As investigações e como funcionava o esquema

A investigação durou aproximadamente sete meses. Nesse tempo, a Polícia Federal conseguu identificar que um número expressivo de carregamentos de cigarros e agrotóxicos ilegalmente importados estavam vinculados com as atividades da quadrilha.

Confome a PF, a organização se dividia em três camadas: 

  • a primeira, baseada em Terra Roxa/PR, onde residiam os principais líderes e integrantes operacionais do grupo, responsáveis por trazer para o Brasil o agrotóxico pelo Rio Paraná e armazená-los em chácaras e sítios da região; 
  • a segunda, composta por intermediários, sediados em municípios um pouco mais afastados da fronteira e com a incumbência de prospectar a demanda e promover o transporte e segurança das mercadorias; 
  • e, por fim, uma terceira camada, composta basicamente por empresas agropecuárias, que adquiriam os defensivos dos contrabandistas para revenda.

Além da quadrilha efetuar a distribuição dos produtos ilícitos no Oeste do Paraná, também foram identificados grandes carregamentos dos produtos contrabandeados sendo entregues a empresários nos estados da Bahia, Tocantins, Maranhão e Minas Gerais.

As atividades delituosas promoveram forte enriquecimento dos integrantes permitindo a compra de imóveis, automóveis, dentre outros bens de alto valor. Além dos mandados de busca e de prisão preventiva, a Justiça determinou o sequestro de bens móveis e imóveis ligados a 36 investigados, bem como o bloqueio de contas em nome das pessoas físicas e jurídicas vinculadas, em especial dos líderes.

Os envolvidos deverão responder pela prática de contrabando, comércio e transporte de agrotóxicos em descumprimento às exigências estabelecidas na legislação pertinente e participação em Organização Criminosa. Esses crimes possuem penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 16 anos de prisão.

A Operação foi batizada de Terra Envenenada em razão das atividades de introdução, transporte e revenda de agrotóxicos ilegais, os quais causam prejuízos ambientais e trazem riscos gravíssimos às pessoas que manuseiam esse tipo de produto e à população que consome os alimentos nos quais são utilizados.

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