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Família Brittes, do Caso Daniel, anuncia mudança de advogados
(Foto: Divulgação)

Família Brittes, do Caso Daniel, anuncia mudança de advogados

Acusado de matar o ex-jogador Daniel Corrêa, Edison Brittes, réu confesso, está preso na PEP 2. Ele, Cristiana Brittes e Allana Brittes aguardam o júri popular

Guilherme Grandi - quarta-feira, 29 de março de 2023 - 19:05

Edison Brittes Júnior, a esposa dele, Cristiana, e a filha do casal, Allana, agora são representados por novos advogados. A família Brittes, acusada pela morte do ex-jogador Daniel Corrêa Freitas, deixou os serviços de Claudio Dalledone Junior e passa a ser defendida pelo escritório de Elias Mattar Assad.

A mudança foi confirmada nesta quarta-feira (29). Ao Paraná Portal, o criminalista Elias Mattar Assad disse que conversou com Edison pela manhã, na PEP 2 (Penitenciária Estaudal de Piraquara II), onde está preso preventivamente. No período da tarde, a equipe do escritório se reuniu com Cristiana e Allana.

O advogado não entrou em detalhes sobre a mudança de banca. “Essa parte do que aconteceu, até mesmo por questões éticas, não foram tratadas com a família. Eles [os Brittes] nos procuraram, outorgaram a procuração, e agora vamos buscar entender os pormenores do caso”, disse Elias Mattar Assad.

Segundo o criminalista, ainda é cedo para fornecer detalhes sobre o processo. “Quando a gente assume um caso em andamento, a gente precisa fazer um estudo profundo para enteder cada detalhe da ação. Ainda é um pouco prematuro para falarmos“, avaliou, reconhcendo que se trata de um caso “trabalhoso e rumoroso”.

Elias Mattar Assad, no entanto, afirma que “existem materiais importantes para a defesa explorar”. Questionado pela reportagem, ele preferiu manter a estratégia em sigilo. As provas serão produzidas para que sejam apresentadas futuramente em um provável julgamento no Tribunal do Júri.

Pronunciados ao júri popular, Edison, Cristiana e Allana Brittes ainda não sabem quando serão julgados. Segundo a nova banca de advogados, existem recursos pendentes no Tribunal de Justiça do Paraná. “O júri popular só será pautado após a definição dos desembargadores sobre os recursos”, explicou o criminalista.

A nova banca é formada, além de Elias Mattar Assad, pelos advogados Caroline Mattar Assad, Flávio Warumby Lins, Karoline Alves Crepaldi, Louise Mattar Assad e Thaise Mattar Assad. Em nota conjunta, os defensores dizem que estão “em fase de ingresso no processo e seus recursos pendentes de julgamento”.

CASO DANIEL

Daniel Corrêa Freitas e Allana Brittes, um ano antes do crime (Reprodução/Redes sociais)

Revelado pelo Cruzeiro e com passagens por Coritiba, São Paulo, Ponte Preta, Botafogo e São Bento, Daniel Corrêa Freitas veio para Curitiba comemorar o aniversário de 18 anos de Allana Brittes, no dia 26 de outubro de 2018, em uma casa noturna, no bairro Batel.

A festa se estendeu por toda a madrugada e prosseguiu durante a manhã na casa dos pais da jovem, Cristiana e Edison Brittes. No local, o atleta foi espancado e colocado no porta-malas do carro de Edison. Ele foi levado até a Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, onde foi morto.

O corpo do ex-jogador foi encontrado por moradores da região em uma área de mata, na região metropolitana de Curitiba, no dia seguinte à festa, no sábado (27). Daniel Corrêa Freitas estava nu, com diversos cortes pelo corpo, dois deles profundos na região do pescoço, e com o pênis decepado.

Réu confesso, Edison Brittes afirmou à polícia que Daniel estava no quarto da esposa, Cristiana Brittes, e que a estupraria. O delegado responsável pelo caso, Amadeu Trevizan, declarou que a família Brittes mentiu nos depoimentos e que a história seria investada.

Três amigos de Allana, que também estava na festa, respondem por homicídio triplamente qualificado ao lado de Edison Brittes. Entre os seis réus do processo, apenas Edison e Eduardo Henrique Ribeiro da Silva seguem presos preventivamente.

RÉUS E ACUSAÇÕES

  • Edison Brittes Júnior: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e coação
  • Cristiana Brittes: fraude processual, corrupção de menor e coação
  • Allana Brittes: fraude processual, corrupção de menor e coação
  • Eduardo Henrique Ribeiro da Silva: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor
  • David William Vollero Silva: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual
  • Ygor King: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual

Suspeito de ter quebrado o celular de Daniel Corrêa Freitas durante a festa na casa da família Brittes, Eduardo Purkote Chiuratto não chegou a ser denunciado pelo Ministério Público do Paraná.

Evelyn Brisola Perusso, amiga de Allana Brittes, teve o processo desmembrado. Os recursos apresentados pela defesa dela são juglados separadamente.

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