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Caso Ana Paula Campestrini: Wagner Oganauskas é condenado a 25 anos de prisão

Caso Ana Paula Campestrini: Wagner Oganauskas é condenado a 25 anos de prisão

Ex-marido é apontado como mandante do crime. O executor, Marcos Antonio Ramon, recebeu do Conselho de Sentença uma pena de 28 anos de prisão

Angelo Sfair - sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023 - 22:13

Após dois dias de julgamento, Wagner Oganauskas e Marcos Antonio Ramon foram condenados por homicídio triplamente qualificado pela morte de Ana Paula Campestrini, em 2021. O veredicto foi lido pelo juiz Thiago Flôres Carvalho, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, na noite desta sexta-feira (24).

Ex-marido da vítima, Wagner Cardeal Oganauskas foi apontado como o mandante do crime. O Conselho de Sentença aplicou uma pena de 25 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado, em regime inicialmente fechado.

O homem apontado como executor, Marcos Antonio Ramon, foi condenado a 28 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão, em regime inicialmente fechado, além de 1 ano, 1 mês e 2 dias de detenção em regime inicialmente semiaberto, por fraude processual.

O júri popular foi realizado nesta quinta (23) e sexta-feira (24), no Fórum Criminal de Curitiba, no Centro Judiciário do Ahú.

QUALIFICADORAS

  1. Feminicídio: porque Ana Paula Campestrini era ex-esposa do mandante do assassinato
  2. Impossibilidade de defesa da vítima: pela dissimulação da trama no dia do crime
  3. Motivo torpe: pela recusa de Osganauskas em dividir os bens conquistados durante o período do matrimônio

Acompanhe o momento da leitura da sentença, pelo juiz Thiago Flôres Carvalho, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba:

CASO ANA PAULA CAMPESTRINI

Wagner Oganauskas e Ana Paula foram casados por 14 anos e tiveram três filhos. Atualmente, eles têm entre 12 e 19 anos de idade.

Em 2018, Ana pediu o divórcio para viver livremente sua real orientação sexual. Segundo a acusação, Wagner nunca aceitou o fato. O Ministério Público afirma que o denunciado passou a promover diversos constrangimentos à vítima, que havia assumido um relacionamento com outra mulher.

Então, após a separação, Wagner Oganauskas teria passado a dificultar a vida da ex-mulher. A promotoria aponta que ele não deixava Ana Paula ter contato com os filhos e cometia alienação parental.

O homem também é acusado de dificultar o acesso da vítima aos bens adquiridos durante o casamento. Movido por lesbofobia, ele não teria concordado com uma divisão justa dos bens.

Três anos após o divórcio, Wagner decidiu pagar R$ 38 mil para que um amigo dele, Marcos Antonio Ramon, matasse Ana Paula. Ambos eram diretores da Sociedade Morgenau – Wagner era diretor-presidente e Marcos era diretor financeiro.

A denúncia do Ministério Público aponta que a morte foi friamente planejada por ambos. No dia 22 de junho de 2021, após seguir a vítima até o condomínio onde morava, no Santa Cândida, Ramon fez 14 disparos com uma pistola .40. Ana Paula foi ferida em várias partes do corpo e morreu na hora.

Ana Paula Campestrini foi morta com 14 tiros na porta de casa (Foto: Divulgação/PCPR)

WAGNER ALEGA INOCÊNCIA; RAMON CONFESSA

Durante a fase de interrogatórios, Wagner Oganauskas alegou ser inocente. Ele afirmou que não teve participação na morte de Ana Paula Campestrini. No entanto, nenhuma nova tese de autoria foi apresentada aos jurados.

Marcos Antonio Ramon confessou o crime, mas isentou Wagner do posto de mandante. Em uma versão contestada pela acusação, Ramon disse que matou Ana Paula para incriminar Osganauskas e assumir a presidência do clube Morgenau. Dessa forma, acreditava que poderia se beneficiar financeiramente.

O réu confesso alegou, ainda, que passava por dificuldades financeiras e tinha vício em cocaína. A tese apresentada não foi acatada pelo Conselho de Sentença.

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