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Brasil concentra quase 70% dos casos de dengue da América Latina e Caribe
Foto: Arquivo/Fundação Oswaldo Cruz

Brasil concentra quase 70% dos casos de dengue da América Latina e Caribe

O país já supera os 3,1 milhões de casos prováveis da doença em 2024.

Rafael Nascimento - domingo, 14 de abril de 2024 - 15:45

O Brasil concentra quase 70% dos casos de dengue registrados na América Latina e no Caribe. Os países das regiões somam 4,6 milhões de diagnósticos positivos neste ano, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

O número de casos confirmados se refere às 15 primeiras semanas do ano, e representa um crescimento de 237% em comparação ao mesmo período do ano passado.

O expressivo aumento é causado pelos números da epidemia no Brasil. O país supera 3,1 milhões de casos prováveis em 2024, ou 67,4% dos registros na América Latina e Caribe.

Em números absolutos, o Brasil é primeiro no ranking da Opas. Os países que ficam imediatamente atrás do Brasil, Paraguai, Argentina e Peru, nessa ordem, não passam de 200 mil casos cada.

Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de incidência no Brasil é de 1.529 por grupo de mil pessoas.

Em relação às mortes por dengue confirmadas, o Brasil tem 1.292 registros em 2024. O país lidera o ranking de números absolutos da Opas. No entanto, em termos proporcionais, o país aparece na nona posição, atrás de Paraguai, Guatemala, Peru, Bolívia, Honduras, Equador, Argentina e Panamá.

Mudanças climáticas favorecem o surto de dengue

Dos 25 países cobertos pela Opas, 12 encontram-se com surtos, ou seja, registros de casos prováveis acima do projetado.

Para a Opas, uma das causas apontadas para justificar a epidemia no Brasil e surtos em outros países é o fenômeno El Niño – aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, que pode ser o maior já registrado.

Ospecialistas explicam que efeitos causados pelo El Niño, como ondas de calor, estiagem em algumas regiões e temporais em outras, favorecem a proliferação do Aedes aegypti.

Estudos apontam, ainda, que o mosquito transmissor fica mais ativo durante o calor. Além disso, quanto mais quente, menor é o tempo de incubação do vírus no mosquito. Assim, o inseto passa a transmitir a dengue mais rapidamente.

Soma-se a isso o fato de a estiagem aumentar a necessidade de armazenamento de água, muitas vezes de forma inadequada, propiciando o surgimento de criadouros. Esses ambientes onde o mosquito se desenvolve passam a aparecer com mais facilidade em consequência de temporais.

*com informações da Agência Brasil.

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