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Trigo bate recorde de área plantada no Paraná para safra 2023

Trigo bate recorde de área plantada no Paraná para safra 2023

Caso o tempo colabora até setembro, Paraná terá potencial de colher 4,5 milhões de toneladas de trigo – 50% mais do que no período passado

Redação - domingo, 2 de julho de 2023 - 09:00

Batendo um recorde estipulado em 1980, a área plantada de trigo aumenta 30% no Paraná e chega a 1,39 milhão de hectares. Os preços mais atrativos e o atraso na colheita da soja contribuíram para a decisão dos agricultores do estado.

Segundo o Deral (Departamento de Economia Rural), com essa área plantada, o Paraná tem potencial para colher mais de 4,5 milhões de toneladas na safra 2023.

O analista de trigo do Deral, Carlos Hugo Godinho, explica que em janeiro, quando os produtores começaram o planejamento para a safra, a saca do trigo era vendida a cerca de 90 reais, valor considerado muito atrativo. De lá pra cá, o valor caiu 25%, mas ainda é suficiente para cobrir os custos.

“Estava muito atraente no início do plantio. O preço caiu um pouco agora, mas ainda está em um patamar razoável. Como está muito próximo do custo, observamos algumas desistências de última hora”, disse Godinho, em entrevista à BandNews FM.

O engenheiro agrônomo explica que, com o atraso da colheita da soja, muitos produtores rurais não conseguiram plantar o milho de segunda safra no período ideal. Esse espaço, portanto, foi ocupado pelo trigo, o que também contribuiu para esse recorde de área plantada do cereal.

Mais de 90% da safra do trigo já foi plantada e, se o tempo colaborar até setembro, a colheita pode ser 50% superior a do ano passado, chegando a 4 milhões e meio de toneladas.

Caso o Paraná consiga produzir em quantidade e qualidade suficientes, a expectativa é que o estado exporte menos trigo, o que é uma boa notícia para a indústria moageira local.

NÚMEROS REVISADOS DA SOJA

O boletim conjuntural publicado nesta semana pelo Deral também apresentou os números finais e revisados da safra 2022/2023 da soja. A produção – a maior da história – foi de 22,45 milhões de toneladas.

Os analistas destacam, no entanto, que o Paraná vendeu até o momento apenas metade da soja produzida. A colheita foi encerrada na primeira semana de maio.

Historicamente, até junho, a comercialização da soja gira em torno de 70% da produção. O atraso na colheita, as dificuldades de escoamento, os preços menores e a superprodução são fatores que justificam o ritmo mais lento.

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