Vereadores de Curitiba aprovam protesto contra fala de Gilmar Mendes
Em entrevista ao programa ‘Roda Vida’, da TV Cultura, Mendes afirmou que a capital paranaense “criou Bolsonaro” e tem o “germe do fascismo”.
Com ampla maioria, os vereadores de Curitiba aprovaram a moção de protesto contra a fala do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em entrevista ao programa ‘Roda Vida’, da TV Cultura, Mendes afirmou que a capital paranaense “criou Bolsonaro” e tem o “germe do fascismo” ao falar sobre os processos da Operação Lava Jato.
Foram 25 votos favoráveis ao protesto e três contrários – as vereadoras Giorgia Prates (PT), Maria Letícia (PV) e Professora Josete (PT).
“Não é voto dizendo que o Gilmar Mendes não presta ou que ele não vai poder mais pisar aqui. Trata-se de um repúdio à fala do ministro GIlmar Mendes, a como ele se manifestou e falou sobre a cidade de Curitiba. Não se trata de um repúdio contra o ministro, contra a pessoa do ministro ou de tornar o ministro uma pessoa non-grata em Curitiba. A Câmara faz um gesto político para mostrar que não gostamos como o ministro se referiu”, justificou o vereador Pier Petruziello (PP).
Com visão antagônica, a vereadora Professora Josete disse que o ministro Gilmar Mendes estava falando sobre a Operação Lava Jato e não quis ofender o povo curitibano.
“Fiz questão de assistir o programa na íntegra para ter um posicionamento baseado na verdade e interpretação da fala. O ministro do STF trouxe uma afirmação que está sendo usada fora de contexto”, defendeu.
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QUEM VOTOU A FAVOR DO PROTESTO CONTRA FALA DE GILMAR MENDES
- Alexandre Leprevost (SD)
- Amalia Tortato (NOVO)
- Beto Moraes (PSD)
- Dalton Borba (PSD)
- Eder Borges (PP)
- Herivelto Oliveira (CID)
- Hernani (PSB)
- Indiara Barbosa (NOVO)
- João da 5 Irmãos (União)
- Jornalista Márcio Barros (PSD)
- Leonidas Dias (SD)
- Nori Seto (PP)
- Oscalino do Povo (PP)
- Osias Moraes (Rep)
- Pastor Marciano Alves (SD)
- Pier Petruziello (PP)
- Professor Euler (MDB)
- Rodrigo Braga Reis (União)
- Sabino Picolo (União)
- Serginho do Posto (União)
- Sidnei Toaldo (Patriotas)
- Tico Kuzma (PSD)
- Tito Zeglin (PDT)
- Toninho da Farmácia (União)
- Zezinho do Sabará (União)
GILMAR MENDES TENTOU SE EXPLICAR NAS REDES SOCIAIS
Pela internet, o ministro tentou se retratar com os curitibanos. No dia seguinte, após a repercussão negativa, ele explicou que a crítica não era direcionada aos curitibanos, mas à força-tarefa Lava Jato sediada na capital do Paraná.
“Ontem, em entrevista ao Roda Viva, usei uma metonímia que merece explicitação. Jamais quis ofender o povo curitibano. Não foi Curitiba o gérmen do facismo (sic); foi a assim chamada “República de Curitiba” (Operação Lava-Jato e os juízes responsáveis por ela na capital paranaense)”, escreveu Mendes no Twitter.