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Curitiba terá política de apoio ao cuidador familiar

Curitiba terá política de apoio ao cuidador familiar

Mulheres são maioria nos cuidados familiares, tanto de crianças quanto de idosos. As renúncias na vida pessoal e profissional, muitas vezes, são invisibilizadas

Angelo Sfair - terça-feira, 16 de maio de 2023 - 19:05

Os vereadores de Curitiba aprovaram na sessão plenária desta terça-feira (16), na Câmara Municipal, a criação da Política de Orientação, Apoio e Atendimento ao Cuidador Familiar. O projeto de lei foi aprovado em primeiro turno por unanimidade. O texto retorno ao plenário na quarta (17) para confirmação em segunda votação.

“A proposta deste projeto é cuidar de quem cuida”, definiu o autor da proposta, vereador Jornalista Márcio Barros (PSD). O cuidador familiar é quem, membro ou não da família, assiste ou presta cuidados à pessoa em situação de dependência.

Segundo o vereador, a lei não cria novas demandas para a Prefeitura de Curitiba. O objetivo, portanto, é incluir os cuidadores familiares nos programas já existentes.

O projeto de lei quer garantir ao cuidador familiar o acesso a programas públicos de educação profissional, de geração de emprego e renda, de estímulo ao empreendedorismo e de intermediação de mão de obra.

O texto foi aprovado em forma de um substitutivo, cujo objetivo era atender às famílias sem onerar a FAS (Fundação de Ação Social). A ideia, segundo o vereador, é garantir aos cuidadores o acesso aos programas públicos. “O que a gente vai fazer é formalizar esse tipo de atendimento”, continuou.

QUEM SÃO OS CUIDADORES FAMILIARES

Segundo a Pesquisa Nacional dos Cuidadores de Pacientes Raros do Brasil, divulgada em 2022, as mães representam 81% das cuidadoras de pacientes com doenças raras. Dentro desse grupo, 78% acompanham o paciente 24 horas por dia.

Metade delas precisou pedir demissão para se dedicar ao paciente. Além disso, 65% das mães nestas condições dizem não se sentir plenamente reconhecidas pelo trabalho como cuidadora.

Cuidar de um familiar com problemas de saúde, em muitos casos, exige esforços invisibilizados pela sociedade. As renúncias são imensas. Entre as cuidadoras ouvidas pela pesquisa nacional:

  • 60% não têm boas noites de sono porque o paciente demanda cuidados
  • 74% não realiza esportes
  • 68% não têm atividades de lazer
  • 78% desenvolveram doenças relacionadas aos cuidados com o paciente

As mães são maioria e a Pesquisa Nacional dos Cuidadores de Pacientes Raros do Brasil apresenta uma resposta: 80% das crianças com doenças raras sofrem com o abandono afetivo paterno

Em relação aos cuidados com pessoas idosas, 80% dos casos ficam sob a responsabilidade de uma mulher, em especial uma filha.

*Com informações da CMC

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