Sergio Moro lança pré-candidatura ao Senado pelo Paraná
“O Paraná precisa de lideranças que não se omitam e não sumam do cenário político”, disse o ex-ministro e ex-juiz federal.
O ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) lançou a pré-candidatura ao Senado pelo Paraná. O anúncio foi feito em entrevista coletiva nesta terça-feira (12), em um hotel de Curitiba.
O registro da candidatura deve ser feito até o dia 5 de agosto, prazo máximo para realização de convenções partidárias para as eleições de outubro deste ano.
“Sou pré-candidato ao Senado pela minha terra”, afirmou em vídeo o ex-ministro e juiz federal. “O Paraná precisa de lideranças que não se omitam e não sumam do cenário político”, completou em um discurso em que relembrou a própria trajetória na magistratura.
No mês passado, Sergio Moro anunciou a pré-candidatura pelo estado, e mencionou a possibilidade de ser deputado, senador e governador.
Entre as bandeiras que pretende carregar caso seja eleito senador pelo Paraná, estão: geração de empregos, defesa da liberdade, segurança pública e o combate à corrupção.
Recentemente, o PT (Partido dos Trabalhadores) anunciou que irá à Justiça para tentar impugnar a candidatura de Moro. Sobre o assunto, o ex-ministro disse não ter medo do pedido : “Zero receio de qualquer impugnação. É surpreendente como é difícil para a gente se colocar do mundo político. Impugnar uma candidatura é ganhar no tapetão. Estarei nas urnas em 2022 como candidato ao Senado”.
Questionado sobre a possibilidade de concorrer com o atual senador paranaense e ex-aliado Alvaro Dias (Podemos), Sergio Moro disse que a campanha não deve ter ataques das duas partes.
“É um político que eu respeito. Corremos em raias separadas. Caso se confirme a pré-candidatura dele, farei a campanha no mais alto nível”, disse o pré-candidato.
SERGIO MORO ERA TERCEIRO COLOCADO NAS PESQUISAS PARA PRESIDENTE
O ex-ministro Sergio Moro aparecia na terceira colocação nas pesquisas para presidente da República. Ele vinha atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
Moro até então estava filiado ao Podemos e era pré-candidato ao Palácio do Planalto. No entanto, poucos meses depois, assinou filiação ao União Brasil, partido resultante da fusão entre o DEM e o PSL.
Como acordo para entrar no partido, que tem 55 deputados federais na Câmara em Brasília, o ex-juiz federal teve que sair da corrida presidencial.
Como alternativa, a ideia era que Moro fosse candidato a um cargo no Legislativo por São Paulo. Porém o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo negou a troca de domicílio eleitoral dele, o que o impediu de ser candidato pelo estado.
Sergio Moro, portanto, teve como última possibilidade a candidatura pelo estado onde nasceu, o Paraná.
Ele é nascido em Maringá e era juiz federal em Curitiba até 2018. O trabalho dele ganhou repercussão nacional após a Operação Lava Jato. Foi o responsável pela condenação e prisão de políticos por corrupção e desvio de dinheiro, como no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo caso de um tríplex no litoral de São Paulo.
Deixou o cargo de juiz em novembro de 2018 para ser ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do então presidente eleito Jair Bolsonaro.
Um ano e meio depois, Moro rompeu com Bolsonaro e deixou o ministério. Na sequência, foi considerado suspeito no caso da condenação de Lula, cujo processo foi anulado, e virou réu em uma ação do Partido dos Trabalhadores (PT) por prejuízos ao país.