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Proposta que tira da Sesp escolha de diretores de escolas cívico-militares tramita na Alep
Silvio Turra/Seed-PR

Proposta que tira da Sesp escolha de diretores de escolas cívico-militares tramita na Alep

O projeto, de autoria do Governo Estadual, pede que o cargo mude para monitor educacional e que a seleção seja feita pela Secretaria da Educação

Larissa Biscaia - BandNews FM Curitiba - quinta-feira, 10 de novembro de 2022 - 16:51

A escolha dos diretores das 195 escolas cívico-militares pode deixar de ser da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). Um projeto de lei, que partiu do Governo do Estado, pede que o cargo mude para monitor educacional e que a seleção seja feita pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed-PR).

Mesmo com a alteração, o comando das escolas ainda deve ser ocupado por um militar, sem a exigência de formação em educação.

Na análise do doutor em Educação e professor universitário, Reginaldo Rodrigues da Costa, a escolha dos profissionais das instituições de ensino deve ser da Seed permanentemente.

“Isso nunca deveria ter mudado. É de competência da área educacional definir quem serão os profissionais que vão atuar. Vejo que o projeto é um avanço, porém, se mesmo com a Seed escolhendo o diretor entrarem pessoas despreparadas, será um erro novamente.”

De acordo com a proposta, outra alteração é que os militares utilizem uniformes ao invés de fardas. Assim, eles não poderão andar armados nas escolas. A farda será utilizada apenas pelos policiais do lado de fora das instituições.

O professor defende que, mesmo sem a exigência, os diretores deveriam ter conhecimento da área da educação, para garantir a qualidade do ensino. “O conhecimento relacionado a gestão educacional deve ser priorizado. Não pode colocar uma pessoa que não tenha o conhecimento a questões do trabalho pedagógico […] se isso acontecer será um outro erro cometido em detrimento da qualidade educacional. É o mesmo que imaginarmos um hospital tendo um diretor sem formação na área de medicina”, conclui.

O projeto foi enviado no início da semana à Assembleia Legislativa do Paraná. Em regime de urgência, ele foi apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça em sessão extraordinária na tarde desta quarta-feira (09). Se aprovado, as alterações passam a valer a partir do próximo ano letivo.

O Paraná tem 195 escolas no modelo cívico-militar, com mais de 120 mil alunos, entre ensino fundamental e médio. A implementação do projeto começou em 2021.

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