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Lula diz que Bolsonaro ainda não reconheceu derrota nas eleições

Lula diz que Bolsonaro ainda não reconheceu derrota nas eleições

Presidente eleito visitou pela primeira vez o gabinete de transição, em Brasília. Ele deseja combater a fome e quer diálogo com políticos dentro e fora do país.

Johan Gaissler - quinta-feira, 10 de novembro de 2022 - 12:39

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou pela primeira vez o gabinete de transição, em Brasília. Nesta quinta-feira (10), em discurso para deputados e senadores aliados, o presidente eleito disse que Jair Bolsonaro (PL) ainda não reconheceu a derrota nas eleições de outubro.

Ao final da apuração dos votos, o candidato derrotado costuma telefonar para o candidato vencedor, que o parabeniza pela vitória. Isso não aconteceu na eleição presidencial deste ano.

“Ele ainda não reconheceu a derrota. Seria tão fácil fazer como o Alckmin quando disputou comigo, como o Serra quando disputou comigo, como eu fiz duas vezes com o Fernando Henrique Cardoso quando perdi as eleições. Você anuncia ao país que há um perdedor e um ganhador”, afirmou Lula. 

Bolsonaro ficou em silêncio por mais de 40 horas depois da declaração do resultado das urnas. Em um discurso no Palácio da Alvorada, ele agradeceu aos votos, disse que respeitará a Constituição Federal e condenou manifestações que não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

Na visita ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), sede da transição de governos, o presidente eleito se emocionou ao falar em um novo combate à fome: “Se, quando eu terminar esse mandato, cada brasileiro tiver tomando café, almoçando e jantado outra vez, eu terei cumprido a missão da minha vida. Eu jamais esperava que a fome fosse voltar”.

Lula também desejou diálogo com políticos de dentro e fora do Brasil, como fez ao conversar com os chefes do Legislativo e Judiciário, e também como chefes internacionais de estado fizeram ao telefonar para o petista.

“O presidente da República necessita de conversar. Fui conversar com o presidente da Câmara, do Senado e do STF. […] Vocês não têm noção da expectativa que o Brasil tá gerando no mundo. O [Vladmir, presidente da Rússia] Putin ligou. O [Volodymyr, presidente da Ucrânia] Zelensky ligou. Num único dia, eu recebi 26 telefonemas”, declarou o presidente eleito.

TRANSIÇÃO PARA O GOVERNO LULA

A transição para o governo Lula é coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). O grupo deve receber detalhes sobre a gestão de Jair Bolsonaro (PL) nos últimos quatro anos. 

Segundo a lei, em um período de dois meses o presidente eleito deve se inteirar sobre o funcionamento de órgãos que compõem a administração pública federal, com o objetivo de preparar os primeiros atos do mandato após a posse.

Ao todo, serão mais de 30 equipes de trabalho durante a transição para o governo Lula, cuja posse está marcada para o dia 1º de janeiro de 2023. Doze partidos compõem o conselho político dessa transição, são eles:

  • PT (Partido dos Trabalhadores)
  • PSB (Partido Socialista Brasileiro)
  • PDT (Partido Democrático Trabalhista)
  • PV (Partido Verde)
  • PCdoB (Partido Comunista do Brasil)
  • PSOL (Partido Socialismo e Liberdade)
  • Rede Sustentabilidade
  • PSD (Partido Social Democrático)
  • Agir
  • PROS (Partido Republicano da Ordem Social)
  • Avante
  • Solidariedade

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