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Prefeitura de Curitiba e governo do Paraná entram em batalha por vacinas; entenda

Prefeitura de Curitiba e governo do Paraná entram em batalha por vacinas; entenda

A Prefeitura de Curitiba e o governo do Paraná, que tinham bom relacionamento até o momento, entraram em uma batalha sér..

Vinicius Cordeiro - quinta-feira, 17 de junho de 2021 - 15:19

A Prefeitura de Curitiba e o governo do Paraná, que tinham bom relacionamento até o momento, entraram em uma batalha séria e polêmica sobre a divisão das doses de vacinas contra a Covid-19. Ontem (16), o prefeito Rafael Greca e a secretária municipal da Saúde Márcia Huçulak divulgaram vídeo para alegar que a capital está sendo prejudicada na distribuição dos imunizantes. Ambos enviaram ofícios para o governador Ratinho Junior e o secretário estadual Beto Preto, que negam qualquer injustiça e defendem com veemência que Curitiba não recebeu nenhuma dose a menos.

“A maior cidade do Sul, a nossa Curitiba, está sendo prejudicada na vacinação. Estou pedindo por ofício ao governador Ratinho Junior que repare essa injustiça e que as vacinas que vão ser entregues agora pelo Ministério da Saúde façam a equiparação daquilo que nos é devido e temos perdido por discrepância ou falha técnica”, afirmou Greca.

Segundo o PNI (Programa Nacional de Imunização), o Ministério da Saúde envia lotes aos estados e os governos estaduais são os responsáveis por administrar o repasse aos municípios. No caso do Paraná, são 399 cidades que precisam ser abastecidas.

Um levantamento feito Prefeitura de Curitiba aponta que recebeu doses suficientes para 51,9% de sua população, conforme dados do IBGE. Contudo, os dados apontam que quase metade dos municípios paranaenses (191 dos 399) recebeu mais doses proporcionalmente à população.

É o caso de Guaraqueçaba, no Litoral do Paraná, que conta com doses para imunizar 99% de sua população. Altamira do Paraná, com 98%, e Santa Cecília do Pavão, com índice em 90%, são casos assim.

Além disso, a prefeitura de Curitiba ainda comparou com dados da vacinação de outras capitais e checou que está na 11ª posição. Vitória (Espírito Santo) já recebeu doses para vacinar 78% da população está seguida de Porto Alegre (Rio Grande do Sul), com 70%. Na sequência da lista aparecem São Luís (Maranhão) e Belo Horizonte (Minas Gerais) receberam 67%.

Contudo, é importante ressaltar que cada prefeitura assumiu uma estratégia própria. Em Curitiba, a SMS (Secretaria Municipal da Saúde) optou por estocar doses e garantir a segunda dose das pessoas que recebiam a primeira aplicação, o que não foi consenso entre os municípios paranaenses.

DADOS DO GOVERNO ESTADUAL REITERA IGUALDADE NA DISTRIBUIÇÃO DE VACINAS

Em nota enviada ao Paraná Portal, a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) nega que tenha cometido qualquer tipo de injustiça com a Prefeitura de Curitiba.

“As vacinas contra a Covid-19 são distribuídas igualitariamente entre os municípios desde o primeiro lote recebido pelo Paraná. Todas as cidades são abastecidas proporcionalmente com doses referentes a cobertura dos grupos que devem ser atendidos em cada remessa. A secretaria respeita o posicionamento de todos os municípios e irá averiguar o documento enviado por Curitiba”, diz trecho da nota.

Dados da pasta estadual apontam que Curitiba recebeu 17,44% das primeiras doses enviadas ao Paraná mesmo que a capital tenha 16,91% da população geral do Estado. Além disso, o governo do Paraná também defende que prefeitura recebeu 702,8 mil vacinas destinadas à primeira dose. Isso significa cerca de 21,2 mil primeiras doses a mais pelo fato da vacinação ser pelos grupos prioritários – e não pelo cálculo populacional.

CALENDÁRIO DA VACINAÇÃO NO PARANÁ E EM CURITIBA

O governo do Paraná divulgou o calendário detalhado da vacinação contra Covid-19. Conforme anunciado pelo início da semana, o objetivo é vacinar todas as pessoas com 18 anos ou mais até o fim de setembro.

  • 4 de junho a 18 de julho – 59 a 40 anos (fase já iniciada);
  • 19 de julho a 22 de agosto – 39 a 30 anos;
  • 23 de agosto a 19 de setembro – 29 a 20 anos;
  • 20 a 30 de setembro – 19 e 18 anos.

Por fim, a Prefeitura de Curitiba alega que é capaz de vacinar toda a população adulta em 28 dias, mas que precisa receber vacinas para isso. Neste momento, a aplicação da primeira dose por faixa etária está suspensa.

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