População em vulnerabilidade social é tema de audiência pública na CMC
Vereador aponta que moradores, comerciantes e empresários de hotelaria estão descontentes com o alto número de pessoas em vulnerabilidade social no Centro.
A população curitibana em situação de vulnerabilidade social será tema de uma audiência pública nesta sexta-feira (11), na Câmara Municipal. A iniciativa foi proposta pelo vereador Eder Borges (PP) e será transmitida ao vivo pelas redes sociais do Legislativo, a partir das 19h.
O parlamentar argumenta que é necessária uma discussão ampla diante do crescimento da população de rua na Capital, especialmente na área central.
Em sua justificativa para a audiência pública, Borges afirma que moradores, comerciantes e empresários do ramo de hotelaria manifestaram descontentamento com o alto número de pessoas em vulnerabilidade social no Centro.
A presença dos moradores de rua, ainda conforme a justificativa, causa:
- a “progressiva inibição na frequência de clientes em casas comercias, assim como queda no turismo e rápida depreciação do espaço do centro da cidade”;
- o “aumento vultoso de pessoas em situação de vulnerabilidade nas ruas – muitos infelizmente em severas condições de drogadição, problemas psiquiátricos e alcoolismo”;
- “também há o caso de ‘uso’ de crianças por adultos mal intencionados para obterem esmolas com a finalidade de sustentar seus vícios”.
“Essa realidade foi relatada pelos profissionais da Fundação de Assistência Social de Curitiba e munícipes que conhecem vivem intimamente esse cotidiano. Portanto, faz-se necessária uma discussão aberta e sincera com os agentes estatais (e não estatais) envolvidos para que se chegue à uma proposta de solução e mitigação do problema”, completa Eder Borges.
Foram convidados para o debate na CMC representantes do poder público, da sociedade civil e parlamentares. Entre eles, devem ser ouvidos a presidente da FAS, Maria Alice Erthal, a administradora da Regional Matriz, Rafaela Lupion Cantergiani, e o tenente-coronel Adilson da Silva, do Comando de Policiamento Especializado do Paraná.
O atendimento aos populares em situação de vulnerabilidade social em Curitiba é realizado pela FAS, ininterruptamente. Entre a noite da última quarta-feira (9) e a madrugada de quinta (10), o número de acolhimentos sociais bateu recorde: 1.463 pessoas foram atendidas.
Campanha higienista em Curitiba
Não é a primeira vez que o vereador Eder Borges questiona a presença de pessoas em situação de vulnerabilidade social nas ruas de Curitiba e gera polêmica. Em junho, o parlamentar apresentou uma sugestão de transferir o restaurante do Programa Mesa Solidária, que atende essa população e fica localizado na Rua Barão do Cerro Azul, ao lado da praça Tiradentes, para outro ponto da cidade, afastado do Centro.
Na oportunidade, Borges argumentou que o programa é “desastrado”, pois leva transtornos para o entorno da praça e para o Centro Histórico.
“Lá não é lugar para programas como esse. Esse programa deve estar em áreas de vulnerabilidade social. Pertinho do Centro, temos a Vila Torres, ali tem pessoas que realmente precisam deste programa, e não no Centro. É mais fácil pedir esmolas do que trabalhar”, disse Eder Borges.
A unidade de segurança alimentar da Prefeitura de Curitiba distribui uma média de 200 refeições no almoço e de 300 a 350 no jantar.
Ainda em junho, a Comissão de Saúde e Bem-Estar Social da Câmara Municipal de Curitiba elaborou um relatório sobre o Programa Mesa Solidária, com sugestões para a melhoria do serviço ofertado à população em situação de insegurança alimentar e nutricional.
