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Lava Jato denuncia ex-presidente da Jurong por suposta lavagem de R$ 100 milhões

Lava Jato denuncia ex-presidente da Jurong por suposta lavagem de R$ 100 milhões

O ex-presidente da Jurong no Brasil, Martin Cheah Kok Choon, foi denunciado pela força-tarefa Lava Jato no Paraná por at..

Redação - sexta-feira, 31 de janeiro de 2020 - 15:00

O ex-presidente da Jurong no Brasil, Martin Cheah Kok Choon, foi denunciado pela força-tarefa Lava Jato no Paraná por atos de corrupção e lavagem de dinheiro que totalizam cerca de R$ 100 milhões. Conforme o MPF (Ministério Público Federal), os crimes envolvem sete contratos da multinacional com a Petrobras para o afretamento de navios sonda.

Além disso, também foi acusado o operador financeiro Guilherme Esteves de Jesus. De acordo com as investigações, ele fez pagamentos de propinas ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Em contrapartida, o grupo Jurong no Brasil foi beneficiado nos contratos de afretamento de navios sonda.

Por meio de pedidos de cooperação internacional, R$ 47 milhões foram bloqueados das contas dos acusados no exterior. A solicitação foi avaliada pelas autoridades da Suíça e de Liechtenstein.

Conforme a Lava Jato, as propinas foram pagas por meio de transferências em contas secretas mantidas por Guilherme Esteves e Renato Duque no exterior. Os atos de corrupção, de acordo com a denúncia, tinham o aval Martin Choon. O então presidente da Jurong no Brasil também teria sido beneficiado diretamente com transferências que somam mais de US$ 9 milhões.

Além disso, planilhas apreendidas de Guilherme Esteves durante outras ações da Lava Jato demonstram “tanto o pagamento de propina quanto a efetiva divisão com Martin de valores ilícitos decorrentes dos diversos contratos de afretamento de sondas firmados pela Jurong com a Petrobras”, segundo a força-tarefa no Paraná.

LAVA JATO: EX-PRESIDENTE DA JURONG ACUSADO POR LAVAGEM

Conforme a denúncia apresentada à JFPR (Justiça Federal do Paraná), os acusados cometeram pelo menos sete atos de lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, o operador Guilherme Esteves dava aparência de legalidade ao dinheiro dividindo a propina em sucessivas transferências bancárias. Além disso, para dificultar o rastreamento do dinheiro, a propina passava por várias contas diferentes.

Provas coletadas no decorrer das apurações, incluindo pedidos de cooperação internacional à Suíça e Liechtenstein, permitiram o rastreamento do dinheiro desviado do Brasil. As transferências somam pelo menos US$ 24.507.238, conforme a Lava Jato. Ou seja, algo em torno de R$ 100 milhões.

“Em busca do repatriamento e recuperação dos valores desviados, a força-tarefa Lava Jato no Paraná formulou pedidos de cooperação para Suíça e Liechtenstein que permitiram o bloqueio do montante equivalente a R$ 47 milhões. Os valores estavam depositados em contas mantidas pelos denunciados nos dois países, em nome de empresas offshore”, afirma a procuradora da República, Laura Tessler, por meio da assessoria do MPF.

A força-tarefa Lava Jato no Paraná pede que ex-presidente da Jurong no Brasil Martin Cheah Kok Choon e o operador financeiro Guilherme Esteves de Jesus sejam condenados por corrupção e lavagem de dinheiro.

Além disso, pede o bloqueios que totalizam quase R$ 185 milhões a título de multa e reparação de danos. A denúncia será analisada pela 13ª Vara Federal de Curitiba. A defesa dos acusados ainda não foi encontrada pela reportagem.

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