Gilmar Mendes se retrata sobre fala que liga Curitiba ao fascismo
Ao criticar a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, o ministro do STF afirmou que a capital paranaense tem o germe do fascimo
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes usou a internet nesta terça-feira (9) para se retratar com os curitibanos.
Em entrevista ao Roda Viva, na segunda-feira (8), o magistrado afirmou que “Curitiba gerou Bolsonaro” e tem o “germe do fascismo”.
Após a repercussão local negativa, Gilmar Mendes explicou que a crítica não era direcionada à capital paranaense, mas à força-tarefa Lava Jato.
“Usei uma metonímia que merece explicitação. Jamais quis ofender o povo curitibano. Não foi Curitiba o gérmen do facismo”, disse o ministro.
“Foi a assim chamada ‘República de Curitiba’ (Operação Lava-Jato e os juízes responsáveis por ela na capital paranaense)”, completou.
Gilmar Mendes foi um dos principais críticos dos métodos usados pela Lava Jato, mesmo durante o auge de popularidade da operação.
O comentário do magistrado em entrevista ao Roda Viva repercutiu localmente. O governador Ratinho Junior (PSD) considerou o posicionamento “infeliz”.
“O ministro Gilmar Mendes certamente vai esclarecer uma fala infeliz, que ataca gratuitamente Curitiba e os paranaenses”, disse ele.
“O Paraná é terra de gente trabalhadora, que tem como norte o progresso, a lei e que repudia a corrupção e toda e qualquer forma de intolerância e preconceito”.
A crítica foi publicada duas horas antes de Gilmar Mendes explicar a citação. Veja ao final o trecho em que o ministro do STF fala sobre Curitiba.
GILMAR MENDES CRITICA MORO E DALLAGNOL
Durante a entrevista ao Roda Vida, o magistrado repudiou atitudes ilícitas da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba.
Criticou, entre outros pontos, o vazamento da delação premiada de Antonio Palocci entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2018, beneficiando Jair Bolsonaro (PP).
Para Mendes, o ex-juiz Sergio Moro (União) e o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos) agiram em conluio com fins políticos, o que classificou como “muito grave”.
Pela internet, nesta terça-feira (9), tanto Moro quanto Dallagnol repudiaram as falas do ministro e negaram as acusações.