Dino determina investigação sobre Deltan por ‘negociações clandestinas’ da Lava Jato

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta segunda-feira (24) que determinou que a PF (Polícia Federal) abra investigação sobre possíveis acordos com autoridades estrangeiras sobre a recuperação de dinheiro apurado na Operação Lava Jato.

As negociações supostamente clandestinas foram feitas pelo ex-procurador da República, Deltan Dallagnol, segundo reportagem publicada pelo UOL. Deltan e o senador Sergio Moro (União-PR) rebateram a reportagem, classificando como ‘factoide’ e criticando a postura dos jornalistas.

“Encaminhei hoje à Polícia Federal o caso dos acordos feitos por procuradores com outros países, sem o procedimento legal. O objetivo é a investigação sobre a origem e o destino de bilhões de reais e os motivos que levaram a tais acordos com autoridades estrangeiras”, divulgou Dino nas redes sociais.

Segundo a reportagem do UOL, a força-tarefa da Lava Jato negociou, de forma clandestina, um acordo com os Estados Unidos para recuperar parte do dinheiro das multas da Petrobras e colocar os valores em um fundo privado da operação. 

‘A negociação não envolveu a CGU (Controladoria-Geral da União), o órgão competente por lei, para o caso. As conversas entre procuradores suíços e brasileiros aconteceram por mais de três anos pelo aplicativo Telegram e não eram registradas oficialmente ’, diz trecho do material publicado no UOL. 

A reportagem é assinada pelo colunista Jamil Chade, correspondente internacional, e Leandro Demori, ex-editor do The Intercept Brasil.

As informações foram reveladas por meio de mensagens obtidas no hackeamento de procuradores da Lava Jato e do atual senador Sergio Moro.