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Bolsonaro tira do contexto fala de diretor da OMS para defender o fim do isolamento

Bolsonaro tira do contexto fala de diretor da OMS para defender o fim do isolamento

Em pronunciamento em rede nacional realizado nesta terça-feira (31), o presidente da República, Jair Bolsonaro tirou do ..

Jorge de Sousa - terça-feira, 31 de março de 2020 - 20:58

Em pronunciamento em rede nacional realizado nesta terça-feira (31), o presidente da República, Jair Bolsonaro tirou do contexto fala do diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesu, para defender o fim do isolamento devido ao coronavírus.

Tedros citou que “cada indivíduo é importante, cada indivíduo é afetado pelas nossas ações. Qualquer país pode ter trabalhadores que precisam trabalhar para ter o pão de cada dia. Isso precisa ser levado em conta”. Posteriormente, o diretor-geral da OMS realizou a seguinte postagem em suas redes sociais.

Na postagem, Tedros defendeu que “as pessoas sem renda devem receber políticas sociais para terem garantidas sua dignidade”.

Mas em seu pronunciamento, Bolsonaro utilizou o discurso de Tedros para defender que as pessoas fora dos grupos de risco possam voltar a trabalhar.

“O que será do camelô, do ambulante, do ajudando de pedreiro, do caminhoneiro, da empregada doméstica e do vendedor de churrasquinho. O efeito colateral do coronavírus não pode ser pior do que a própria doença”, pontuou o presidente.

Bolsonaro também apontou que está tomando medidas para amenizar a situação dos desempregados e trabalhadores autônomos e informais. São exemplos a entrada de 1,2 milhão de famílias no Bolsa Família, o congelamento dos preços por 60 dias de remédios e o auxílio financeiro de R$ 600 para trabalhadores.

Só que essa última medida pode demorar mais tempo para ser aplicada. Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, o início dos pagamentos só poderá ser feito a partir de nova aprovação do Congresso de uma PEC (Projeto de Emenda à Constituição) chamado de  “orçamento de guerra”.

Em boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira, o Brasil registrou o maior número de casos confirmados desde o início da contabilização no início de março. Foram 1138 novas ocorrências registradas, além de 42 óbitos.

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