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Bolsonaro reconhece momento difícil, em dia de saída de Weintraub e prisão de Queiroz

Bolsonaro reconhece momento difícil, em dia de saída de Weintraub e prisão de Queiroz

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu que passa por um momento “difícil” ao anunciar a demissão do ministro ..

Redação - quinta-feira, 18 de junho de 2020 - 16:56

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu que passa por um momento “difícil” ao anunciar a demissão do ministro da Educação Abraham Weintraub. A saída foi confirmada nesta quinta-feira (18), por meio de um vídeo gravado pelo então chefe da pasta.

Também hoje (18), nas primeiras horas do dia, Fabrício Queiroz foi preso pela polícia. Ela é peça-chave na investigação sobre um suposto esquema de corrupção no gabinete do ex-deputado e agora senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente.

Conforme as investigações, Queiroz estava escondido há mais de um ano na casa de Frederick Wassef, advogado e aliado do clã Bolsonaro.

Ao lado de Weintraub, o presidente ouviu as palavras de despedida do aliado imóvel, olhando para o horizonte. Bolsonaro pediu a palavra após o breve discurso de dois minutos e 15 segundos.

“É um momento difícil”, iniciou. E prosseguiu, de forma desconexa: “Todos meus compromissos de campanha continuam de pé, e busco implementá-los da melhor maneira possível”.

Sem explicações, Bolsonaro falou sobre confiança. “A confiança você não compra, você adquire. Todos que estão nos ouvindo agora são maiores de idade e sabem o que o Brasil está passando. E o momento é de confiança”.

Posteriormente, concluiu: “Jamais deixaremos de lutar pela liberdade. Eu faço o que o povo quiser”.

Abraham Weintraub chegou ao governo após militar em favor de Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018. De agitador a ministro, ele assumiu o MEC sob olhares críticas por não formação ideal para assumir uma pasta de tamanha importância.

AS DERROTAS DE WEINTRAUB

jair bolsonaro, abraham weintrab, mec, ministério da educação, governo, demissão, banco mundial, fabrício queiroz Vídeo com guarda-chuva foi uma das excentricidades marcantes da passagem de Weintraub pelo MEC (Reprodução/YouTube)

Responsável por liderar as políticas públicas para a Educação no governo de Jair Bolsonaro, Weintraub chamou mais a atenção pelas galhofas. As atitudes minaram o apoio junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), ao Congresso, e à ala militar.

No decorrer dos meses, Abraham Weintraub colecionou derrotas: a MP da ID Estudantil caducou sem ter sido sequer discutida; o ENEM foi adiado devido à pandemia do coronavírus, ao contrário do que o ministro defendia; a MP que dava ao ministro o poder de escolher reitores “biônicos” foi devolvida ao governo.

Na fatídica reunião ministerial do dia 22 de abril, Weintraub defendeu a prisão de ministros do STF, aos quais se referiu como “vagabundos”. Posteriormente, em julgamento concluído nesta quarta-feira (17), viu o plenário da Suprema Corte mantê-lo no inquérito que investiga o esquema das fake news por 9 votos a 1.

Ao anunciar a demissão do MEC, Abraham Weintraub disse que assumirá um cargo de direção no Banco Mundial, em Washington, com aval do governo. A mudança seria pela sua segurança pessoal.

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