Ana Júlia será empossada vereadora de Curitiba na segunda (4)
Primeira suplente do Partido dos Trabalhadores, ela ocupa a cadeira deixada por Renato Freitas, cassado por quebra de decoro parlamentar.
A posse de Ana Júlia (PT) como vereadora na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) está marcada para a próxima segunda-feira (4). Primeira suplente do partido, ela ocupa a cadeira deixada por Renato Freitas (PT), cassado por quebra de decoro parlamentar ao ocupar um templo religioso.
A futura vereadora tem 22 anos e será a mais jovem da atual legislatura. Em 2020, ela recebeu 4.538 votos, ficando numericamente à frente de outros vereadores eleitos. Porém, pela distribuição proporcional, ficou como suplente pelo Partido dos Trabalhadores.
Ana Júlia é estudante universitária dos cursos de Direito e Filosofia. Ficou conhecida em 2016, quando foi uma das lideranças estudantis secundaristas que ocupou escolas públicas, contra a proposta de reforma na educação, feita pelo então governo Michel Temer (MDB).
Na época, fez um discurso na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) que ganhou repercussão nacional. “Somos um movimento que se preocupa com as gerações futuras. Esse país é nosso. Vai ser dos meus filhos, dos filhos dos meus filhos, e eu me preocupo com esse país”, disse na ocasião aos deputados estaduais.
No dia da cassação de Renato Freitas, Ana Júlia emitiu uma nota oficial, em que afirmou que o processo instaurado na Câmara Municipal representa “indignação seletiva, violência política e racismo institucional”.
“O mandato de Renato Freitas é legítimo, representativo e necessário. Renato foi democraticamente eleito, com mais de cinco mil votos. Cassá-lo representa silenciar uma parcela da população que sempre foi invisibilidade pelo poder público”, afirma parte do texto.
Ela finalizou dizendo que segue na defesa do correligionário e que acredita na reversão do processo na justiça. Procurada pela reportagem sobre o agendamento da posse, Ana Júlia não se manifestou até o fechamento desta matéria. Caso haja uma resposta, será publicada neste espaço.
CASSAÇÃO DE RENATO FREITAS
Renato Freitas (PT) teve o mandato de vereador cassado após participar de um protesto contra o racismo. O movimento terminou numa ocupação à Igreja Nossa Senhora do Rosário, no Largo da Ordem, em Curitiba.
Após repercussão, a Câmara Municipal de Curitiba instaurou um processo para julgar o petista por quebra de decoro parlamentar. Após aprovação no Conselho de Ética, a perda do mandato foi aprovada em plenário por 25 votos favoráveis e cinco contrários, em segundo turno.
Renato Freitas afirmou que vai recorrer da decisão, que também o deixa inelegível por oito anos.
