Alvos de Bolsonaro, Cármen Lúcia e Moraes decidem inelegibilidade no TSE
Jair Bolsonaro fez duras críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao sistema eleitoral quando ainda ocupava a Presidência da República.
Alvos de acusações de Jair Bolsonaro (PL), os ministros Carmen Lúcia e Alexandre de Moraes devem decidir o julgamento sobre a inelegibilidade do ex-presidente por oito anos. A sessão será retomada ao meio-dia nesta sexta-feira (30) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O placar da votação está três votos favoráveis à condenação e um contra.
Ainda restam os votos de Cármen Lúcia, vice-presidente do TSE, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes, presidente da Corte.
Com mais um voto favorável à condenação, o Tribunal forma maioria e o ex-presidente ficará impedido de concorrer a cargos públicos até 2030. Se confirmada, a inelegibilidade de Jair Bolsonaro é contada a partir das Eleições Presidenciais de 2022.
Duros ataques aos ministros do STF
Jair Bolsonaro fez duras críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) quando ainda ocupava a Presidência da República. Os ministros Carmen Lúcia e Alexandre de Moraes estavam entre os principais alvos dos ataques à Justiça.
Durante as comemorações de 7 de Setembro de 2021, Bolsonaro chegou a chamar Moraes de “canalha”.
Além de tecer acusações nominais contra ministros do TSE e do STF, o ex-presidente também afirmou sucessivas vezes que o sistema eleitoral brasileiro é passível de fraudes, embora nunca tenha comprovado sua tese.
A tendência é que os dois ministros votem a favor da inelegibilidade de Bolsonaro.
Julgamento de Bolsonaro no TSE
O processo no TSE julga os crimes de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação do então candidato à reeleição presidencial, cometidos em reunião com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) foi ajuizada no TSE pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) contra Jair Bolsonaro e também Walter Souza Braga (PL), candidatos a vice-presidente na chapa de extrema-direita.
A ordem dos votos é a seguinte:
- Benedito Gonçalves, relator do processo – votou pela condenação de Bolsonaro
- Raul Araújo – rejeitou as acusações ao ex-presidente
- Floriano de Azevedo Marques – votou pela condenação de Bolsonaro
- André Ramos Tavares – votou pela condenação de Bolsonaro
- Cármen Lúcia (vice-presidente do TSE)
- Nunes Marques
- Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal e o último a votar
Com o placar de 3 a 1, o julgamento foi suspenso no início da tarde ontem (29) pelo ministro Alexandre de Moraes.