Paraná deve ter crescimento da área de soja na safra de verão
No milho, a redução de área na primeira safra deve se efetivar em razão da queda do preço – nos últimos 12 meses a saca baixou de R$ 75,00 para R$ 45,00.
A primeira estimativa da safra de verão 2023/24 no Paraná aponta aumento da área de soja e queda no milho, aponta o Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
No total, as duas principais culturas devem ser ocupadas mais de 6,2 milhões de hectares. As informações constam no Boletim de Conjuntura Agropecuária, divulgado hoje.
Em 2022, a produção foi de 26,5 milhões de tonelada. A estimativa para a safra deste verão indica 25,4 milhões de toneladas.
Uma das justificativas da queda é o fenômeno El Niño, evento climático resultante do aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico.
A tendência é a intensificação de chuvas, superiores às médias históricas. Vale lembrar que o Brasil não registra clima característico do El Niño desde junho de 2019.
“Essa é a primeira leitura de um cenário possível, mas que pode se alterar quando a produção estiver a campo, mesmo porque estaremos sob o efeito do fenômeno do El Niño, com tendência de mais chuvas e menos estiagens como as que levaram boa parte de nossa produção nos últimos anos, particularmente na safra 21/22”, explicou o chefe do Deral, Marcelo Garrido.
SOJA E MILHO
A primeira safra da soja deve ter aumento pequeno de área, de 5.790 mil hectares para 5.801 mil. A produção tende a se reduzir em 2%, caindo de 22,4 milhões de toneladas para 21,9 milhões.
“A última safra foi excepcional”, disse o agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho.
No milho, a redução de área na primeira safra deve se efetivar em razão do baixo preço do produto – a saca saiu de R$ 75,00 para R$ 45,00 nos últimos 12 meses.
“Se o produtor tiver opção ele migra para outra cultura, principalmente a soja”, salientou o analista da cultura no Deral, Edmar Gervásio.
Os 379,1 mil hectares ocupados na safra anterior devem cair para 317 mil hectares. A projeção é que se produzam 3,1 milhões de toneladas, contra 3,8 milhões de toneladas em 2022.
Em compensação, a atual safra – 2022/23 – tem estimativa de fechar em 17,8 milhões de toneladas, das quais 14 milhões da segunda safra e 3,8 milhões da primeira. Se efetivar, será a segunda maior da história no Paraná, ficando atrás somente da safra 2016/17, quando foram produzidas pouco mais de 18 milhões de toneladas.