Os brasileiros estão dispostos a usar criptografia para pagamentos?

Nos últimos anos, o Brasil tem se destacado como um dos principais polos globais do comércio de criptomoedas. O motivo disso? O interesse crescente dos brasileiros em usar essas moedas digitais não apenas como forma de investimento financeiro, mas também como meio de pagamento para suas compras na internet.

O problema disso é que, embora sejam entusiastas da tecnologia financeira, muitos brasileiros desconhecem os riscos que as criptomoedas apresentam.

Crescimento explosivo nas importações de criptografia

Segundo o Banco Central, apenas no começo de 2024, a importação de criptomoedas por brasileiros atingiu a marca de mais de 4 bilhões de dólares – um aumento de 118% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esses números refletem um interesse cada vez maior de brasileiros pelas moedas digitais, tanto como investimento financeiro quanto como potencial método de pagamento no país. E esse interesse, por sua vez, se retroalimenta. O crescimento das importações do Bitcoin é um ótimo exemplo disso: em um efeito dominó, ele elevou o valor de mercado da moeda e, consequentemente, propulsionou ainda mais a venda dela no Brasil.

Motivos por trás do interesse

Vários fatores estão por trás dessa popularidade das criptomoedas no Brasil. Um grande catalisador foi, certamente, a aprovação dos ETFs (fundos negociados em bolsa) do Bitcoin pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) em janeiro de 2024. Após a resolução, a moeda teve uma forte valorização, atingindo um máximo histórico de 73.000 dólares em março.

Por outro lado, um movimento cada vez maior de aceitação e integração das moedas digitais no sistema financeiro nos últimos anos, tem facilitado bastante a inclusão delas no cotidiano das pessoas. Assim, os brasileiros têm visto cada vez mais as criptomoedas como uma alternativa viável aos sistemas financeiros tradicionais, que costumam ser limitados por elementos como inflação e desvalorização cambial.

Preocupações de segurança e privacidade

Mas nem tudo são flores. Apesar do entusiasmo gerado pelas criptomoedas, não são poucas as preocupações que essa popularidade desperta. Especialistas apontam que sua maior fragilidade está em sua natureza descentralizada e, muitas vezes, anônima, o que torna essas moedas um ótimo alvo para criminosos cibernéticos.

Assim, os usuários das criptomoedas acabam sujeitos a ataques de hackers, golpes de phishing, infecções por malware, entre outras ameaças. Para se defender, portanto, eles devem se munir de estratégias eficazes de segurança, como usar uma VPN ou programas antimalware, e manter uma postura vigilante regularmente.

As VPNs, também conhecidas como redes virtuais privadas, são ferramentas de alto nível para promover a cibersegurança. Com a capacidade de criptografar o tráfego de dados dos usuários, elas blindam a conexão deles contra interceptações maliciosas e roubos de informações confidenciais, protegendo-os de diversos tipos de ataques criminosos. Isso é ainda mais importante ao acessar carteiras de criptomoedas ou realizar transações em redes Wi-Fi públicas, que são claramente inseguras.

Já o uso de software antimalware garante que os usuários tenham uma defesa hábil para se livrar (ou mesmo impedir o download) de arquivos maliciosos que possam comprometer seus dispositivos e contas online. Essa tática é fundamental para prevenir, por exemplo, a infecção por programas que interceptam dados bancários ou credenciais de plataformas de compra e venda de criptomoedas.

Além disso, manter sempre uma postura cautelosa e consciente é indispensável. Por mais úteis que as ferramentas de segurança digital sejam, de nada adianta usá-las, se o próprio usuário não conhece as principais ameaças e sinais de alerta com os quais ele pode se deparar ao longo do caminho.

Noções básicas de identificação de e-mails de phishing, o uso de plataformas confiáveis para download de aplicativos e o bom senso ao avaliar ofertas “boas demais para ser verdade” na internet são características essenciais para todo consumidor de criptomoedas.

Com a combinação de ferramentas de cibersegurança e uma atitude mais cautelosa na rede, os usuários brasileiros poderão desfrutar dos benefícios do uso de criptomoedas (seja como forma de investimento ou de pagamento) com muito mais privacidade e tranquilidade, garantindo uma experiência online mais produtiva e segura.

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