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Gaeco investiga policiais suspeitos de executar agiota no Paraná
Foto: Arquivo/SESP

Gaeco investiga policiais suspeitos de executar agiota no Paraná

Os policiais receberiam cerca de R$ 100 mil pela execução, segundo as investigações.

Rafael Nascimento - quarta-feira, 6 de dezembro de 2023 - 09:54

O Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público do Paraná, investiga policiais militares suspeitos de executar um agiota em Ibiporã, no Norte do Estado. Mandados de prisão foram cumpridos contra os PMs nesta quarta-feira (6).

O homicídio ocorreu em setembro de 2021, num suposto confronto. Desde então, o crime é apurado pelo Gaeco, com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar. A segunda fase da Operação Mar Vermelho cumpriu seis mandados de prisão preventiva, um mandado de imposição de medidas cautelares diversas e outros sete de busca e apreensão, em Ibiporã e Alvorada do Sul.

Entre os presos na manhã de hoje, estão quatro policiais militares – três praças e um oficial – que compunham equipe da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) de Ibiporã à época da execução.

Policiais teriam sido contratados por ex-vereadora para executar agiotas

O crime foi inicialmente registrado como um confronto policial. No entanto, as investigações conduzidas pelo Gaeco de Londrina apontaram que a ocorrência, na realidade, se tratou da execução de um homem, mediante pagamento.

Conforme o Gaeco, integrantes de uma família residente em Bela Vista do Paraíso – entre eles, uma ex-vereadora – teriam contraído uma dívida de aproximadamente R$ 180 mil com agiotas de Londrina.

Após a dívida se acumular e em razão das cobranças, os integrantes da família contrataram os policiais militares para que executassem dois agiotas que os estavam pressionando pelo pagamento.

O valor estipulado para a execução dos alvos foi de aproximadamente R$ 100 mil. A partir disso, os familiares teriam atraído os dois agiotas até Ibiporã e combinado de encontrá-los em um conhecido estabelecimento comercial, tudo previamente combinado com os policiais militares da Rotam que estavam de serviço naquela cidade. Após a entrega do dinheiro, a poucos metros de distância, um dos agiotas foi abordado e executado pelos policiais militares”, detalha o Gaeco.

Durante as investigações, os agentes descobriram que, instantes antes da prática do crime, os policiais estiveram em um comércio vizinho e determinaram que as câmeras de monitoramento fossem desligadas, para evitar que a ação criminosa fosse gravada.

Um dos policiais alvo da ação deflagrada na manhã desta quarta-feira já estava preso. Outros três oficiais estavam cumprindo medidas cautelares impostas pelo Juízo Criminal de Ibiporã.

Além do pedido de prisão preventiva, o grupo do Ministério Público também solicitou a remoção de um dos policiais presos para o Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, em razão de sua periculosidade e do risco de fuga, o que foi determinado e já cumprido.

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