Economia
Cresce pessimismo com economia brasileira nos próximos meses, diz Datafolha

Cresce pessimismo com economia brasileira nos próximos meses, diz Datafolha

Os dados da pesquisa mostram diferenças relevantes nas avaliações dos entrevistados de acordo com suas escolhas políticas

Eduardo Cucolo - Folhapress - domingo, 25 de dezembro de 2022 - 15:30

O percentual de brasileiros que acham que a situação econômica do país vai melhorar nos próximos meses caiu em dezembro, após atingir em outubro o maior patamar da série histórica da pesquisa Datafolha. Desde junho, os números só vinham aumentando, tendência interrompida neste primeiro levantamento feito após o segundo turno das eleições.

Os dados mostram diferenças relevantes nas avaliações dos entrevistados de acordo com suas escolhas políticas. O pessimismo com o futuro também aumentou, em especial, entre eleitores do atual presidente.

A situação econômica do país melhorou nos últimos meses para 26% dos entrevistados, de acordo com o levantamento realizado na última segunda (19) e terça-feira (20). Eram 34% às vésperas do segundo turno das eleições, quando o número estava em nível recorde da série histórica iniciada em 2015 para essa questão.

São 38% que viram a situação do país piorar nos últimos meses, ante 42% em outubro, uma oscilação dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Para 35%, ficou igual. Eram 23% em outubro.

O Datafolha também perguntou sobre as expectativas para a economia. Avaliam que a situação econômica do país irá melhorar nos próximos meses 49% dos entrevistados, ante 62% na pesquisa de outubro –nível ainda elevado para a série que, nesse caso, começa em 2019.

São 20% que esperam piora. Eram 13% em outubro. Para 28%, a economia ficará como está, ante 16% na pesquisa anterior.

O Datafolha destaca que a expectativa com o futuro da economia está praticamente no mesmo nível do primeiro ano do governo atual, tanto em termos de otimismo como de pessimismo dos entrevistados.

No recorte eleitoral, a situação atual da economia é vista como positiva por 41% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) e por 11% dos que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O futuro é visto como positivo por 79% dos eleitores do petista e por 19% dos que votaram no atual presidente.

Situação pessoal Em relação à situação econômica do próprio entrevistado, são 31% os que veem melhora nos últimos meses, ante 34% do levantamento anterior. Dizem que piorou 31%, ante 33% dois meses antes. Para 38%, ficou como estava. Eram 33% em outubro.

Em relação ao futuro, a expectativa de melhora na sua situação pessoal nos próximos meses caiu de 70% para 59% em relação à pesquisa anterior. A de piora passou de 5% para 11%.

Aqui também há diferenças em relação à opção política. Entre eleitores de Bolsonaro, 45% viram melhora nos últimos meses, 38% não esperam mudanças e 37% se mostram otimistas com a sua situação econômica nos próximos meses.

Entre os que votaram em Lula, apenas 17% viram melhora nos últimos meses, e 79% estão otimistas com o futuro.

A expectativa de melhora para a economia brasileira é maior entre desempregados (67%) e donas de casa (57%). Também é maior entre os mais pobres (57%) do que entre os mais ricos (18%), entre católicos (53%) do que entre evangélicos (41%) e moradores do Nordeste (64%) do que do Sul (34%).

Entre empresários, 51% dizem que sua situação econômica melhorou nos últimos meses e 52% estão otimistas com o futuro. A avaliação negativa é de 17% nos dois quesitos. Em relação ao futuro do país, 37% dizem que a economia ficará como está, 31% esperam melhora e 30%, piora.

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