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RPC, sem pautar opinião pública, busca expor quem contraria seus interesses econômicos
Foto: Jose Fernando Ogura/AEN

RPC, sem pautar opinião pública, busca expor quem contraria seus interesses econômicos

Para atingir o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, por ter exigido propina para a campanha, a Rede Paranaense de Televisão (RPC), acabou irritando o governador Ratinho Junior, ao tentar induzi-lo a comentar sobre o assunto que está em sigilo na justiça estadual. Nesta quarta-feira (20), durante um evento em Curitiba sobre educação, a […]

Pedro Ribeiro - quinta-feira, 21 de março de 2024 - 08:44

Para atingir o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, por ter exigido propina para a campanha, a Rede Paranaense de Televisão (RPC), acabou irritando o governador Ratinho Junior, ao tentar induzi-lo a comentar sobre o assunto que está em sigilo na justiça estadual.

Nesta quarta-feira (20), durante um evento em Curitiba sobre educação, a reportagem da RPC pediu para que o governador Ratinho Junior se pronunciasse a respeito do caso, o qual a emissora vem colocando diariamente no ar, embora já tenha sido decidido pelos fóruns legais, ou seja, a justiça.

A reportagem da emissora perguntou se o governador iria se pronunciar sobre o caso Ademar Traiano e, por duas vezes, o governador acabou se irritando. Na primeira, sua assessoria informou que ele falaria no final do evento. Depois, Ratinho Junior afirmou que não era “comentarista político” para responder à questão.

Antes, à mesma reportagem, o governador insinuou que a emissora estava fazendo “mais um teatro” quando tentou induzi-lo à pergunta. Nos estúdios da emissora, a edição da “suposta” entrevista e reportagem que não lograram êxito, houve nova tentativa de incriminar o parlamentar.

Mais uma vez, a RPC, para justificar um fato – o que não deixa de ser – e a ansiedade de incriminar o autor, tem insistido na justificativa da matéria que, hoje, não tem mais relevância porque não existem desenvolvimentos significativos, ou, sem fatos novos.

Esta repetição excessiva, sem acrescentar informações novas, pode ser considerada cansativa para os telespectadores, menos para a RPC que festeja, no ar, as entrevistas com elogios aos seus repórteres e editores. 

Ainda no caso do governador, pode-se considerar a tentativa de indução como antiética e prejudicial à própria emissora, que deixa claro a parcialidade nas suas reportagens, permitindo que o entrevistado, no caso o governador, expresse livremente sua opinião.

Neste episódio, que envolve o presidente da Assembleia Legislativa, percebe-se que a insistência da emissora, sem o contraponto, compromete a reportagem, a confiança do telespectador e, por fim, macula o jornalismo que alude defender.

Cada dia, a cada suíte da reportagem, fica claro que a RPC, em busca de um tempo perdido em pautar a opinião pública, se motiva a expor muito mais do que os réus confessos e sim, setores do empresariado que concorrem no seu segmento e contra seus interesses nem sempre confessáveis na sua linha editorial.

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