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Putin vence as eleições, mas não no Reino Unido
(Foto: Lorena Nogaroli)

Putin vence as eleições, mas não no Reino Unido

As eleições do último domingo, 17 de março, na Rússia, consagraram Vladimir Putin como o vencedor incontestável, mais uma vez. No entanto, no Reino Unido, Vladislav Davankov surpreendeu ao obter 57% dos votos russos, contra os modestos 21% conquistados por Putin. No Reino Unido, dos 3.200 eleitores russos, apenas um em cinco deu seu apoio […]

Lorena Nogaroli - segunda-feira, 18 de março de 2024 - 13:45

As eleições do último domingo, 17 de março, na Rússia, consagraram Vladimir Putin como o vencedor incontestável, mais uma vez. No entanto, no Reino Unido, Vladislav Davankov surpreendeu ao obter 57% dos votos russos, contra os modestos 21% conquistados por Putin.

No Reino Unido, dos 3.200 eleitores russos, apenas um em cinco deu seu apoio a Putin, enquanto mais de 20% das cédulas foram invalidadas em um protesto contra o caos percebido nas eleições.

Contrastando com isso, na Rússia, Putin celebrou uma vitória avassaladora, declarando ter alcançado mais de 87% dos votos, em um discurso após a eleição, de sua sede de campanha, em Moscou.

No entanto, a legitimidade dessas eleições é questionada por cientistas políticos e críticos no mundo inteiro. Em um país onde a oposição sofre duras restrições e a constituição foi modificada para possibilitar a permanência de Putin no poder até pelo menos 2030, crescem as indagações sobre a real natureza democrática dessas eleições.

Com apenas três candidatos autorizados a disputar contra Putin, nenhum dos quais se opõe à sua agressiva política externa, e dada a limitada fiscalização independente, há sérias dúvidas quanto à integridade do processo eleitoral.

Além disso, a oposição ao regime de Putin, tanto interna quanto externa, permanece forte. Manifestações significativas ocorreram em embaixadas ao redor do mundo, incluindo em Londres, criticando o governo autoritário. Slogans como “Rússia sem Putin” e “Não permita que a opressão triunfe” dominaram as ruas, com  alguns manifestantes usando fantasias que simbolizavam a repressão vivida sob o regime. Em um ato desafiador, Putin agradeceu aos russos por sua “confiança” e “apoio”, ignorando as preocupações e críticas de líderes mundiais.

O Reino Unido condenou veementemente os resultados dessas eleições, destacando a repressão e o autoritarismo sob o comando de Putin. O secretário de Defesa, Grant Shapps, comparou-o a “um Stalin dos tempos modernos”, acusando-o de ter “manipulado” as eleições. O secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, também fez críticas. “Estas eleições russas sublinham claramente a profundidade da repressão sob o regime do presidente Putin, que tenta silenciar qualquer oposição à sua guerra ilegal”, declarou.

(Reprodução/X)

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