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Política deixou traumas em muitas famílias por discordarem de candidatos

Política deixou traumas em muitas famílias por discordarem de candidatos

Brigas políticas entre familiares já começam a descambar para o lado da psiquiatria e psicologia. Já tem pessoas procurando ajuda para reverter o caos.

Pedro Ribeiro - sábado, 3 de dezembro de 2022 - 14:05

Em um país livre como o nosso, abençoado com uma constituição democrática, o cidadão tem o direito de ir e vir e fazer o que bem entender desde que não ultrapasse o sinal da lei e ordem que também estão dentro da Carta Magna. 

Em referência aos patriotas, não entendo como podem se submeter a atos e ações ultrajantes como, por exemplo, marchar em avenidas e praças imitando pelotões das Forças Armadas, alguns ao estilo Hitler.

Para essas pessoas, dogmáticas, que acreditam na sua verdade como única e verdadeira e não enxergam um passo à sua frente, é lamentável e triste. 

Para a Mestre em Psicologia, Adriana Maria Bigliardi, “o Dogmatismo Político nos torna partidários e intransigentes, inflexíveis e crentes de que se a nossa verdade existe – a minha ou a sua -, então também existe apenas um lado e é o lado em que eu ou você estamos, é esse lado que caminha ao nosso favor e a favor do que tomamos como um bem maior ou absoluto”. 

Algumas dessas pessoas perderam a noção, brigaram com filhos e neto, não abrindo mão do bom senso, da derrota nas urnas. A maioria tem certeza de que as Forças Armadas inda vão reagir e esquecem que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva será diplomado dia 12, a menos de 10 dias.

Fui buscar respostas também a esse fanatismo em consultórios psicológicos e psiquiátricos. Percebi, nas conversas, que tem aumentado consideravelmente as consultas nestas duas áreas das ciências humanas.

Depoimento, de um psiquiatra, que preservamos seu nome, bem como do paciente, por questões éticas da medicina, nos conta que alguns pacientes novos estão procurando ajuda justamente por terem perdido amigos e familiares em discussões políticas.

Por mais que se tente colocar em sua cabeça a busca da retomada do diálogo pacífico, a uma rejeição justamente por terem consciência de que eles estão absolutamente corretos em suas ações. 

Talvez, quem sabe, o tempo possa nos dar uma melhor resposta a esse fanatismo que há muitos anos não existia no Brasil. Esperamos que este movimento perca força, que as pessoas retomem suas vidas normais, porque o Brasil precisa de todos os brasileiros para crescer e se desenvolver.

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