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Os riscos da liberação do serviço de mototaxi no Paraná

Os riscos da liberação do serviço de mototaxi no Paraná

O serviço não regulamentado pode aumentar o número de acidentes. Caso ocorra, a regulamentação tem de trazer dispositivos de segurança.

Pedro Ribeiro - quinta-feira, 13 de julho de 2023 - 10:45

 

O serviço não regulamentado pode aumentar o número de acidentes. Caso ocorra, a regulamentação tem de trazer dispositivos de segurança.

 

O deputado estadual, Ney Leprevost (UB), mostrou firmeza durante debate – audiência pública – na Assembleia Legislativa sobre a liberação de mototáxi em Curitiba e outras cidades paranaenses. Sua preocupação está relacionada a riscos da liberação indiscriminada desse serviço. 

Para Ney, “isso coloca em risco a vida das pessoas. Então, a ideia aqui é colher argumentos pra tentar fazer com que esse serviço não aconteça no Paraná”.

Segundo ele, por trás da liberação há o interesse de corporações internacionais explorando a força de trabalho no Brasil.  “O que nós não vamos admitir no Paraná é essa pirataria em que corporações vêm aqui utilizar a mão- de-obra da nossa gente, não se importando com a vida humana dos paranaenses, colocando em risco a segurança das pessoas e não dando a menor assistência hospitalar”, completou.

A Urbanização de Curitiba S/A (URBS) afirmou que o serviço só será regulamentado pelo município mediante a aprovação de um projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal.

 O projeto está sendo analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Legislativo municipal. As alterações na Lei nº 13.957/2012 ainda não foram votadas pelos vereadores.

Durante audiência pública, a capitã Mayra Jaqueline Tonelli, do Batalhão De Polícia De Trânsito (BPTRAN), explicou que órgão atua no atendimento de acidentes e fiscalização. “O maior número de acidentes é com motocicletas, que são os mais graves. O serviço não regulamentado pode aumentar o número de acidentes. Caso ocorra, a regulamentação tem de trazer dispositivos de segurança”, concordou.

O representante Hospital Cruz Vermelha, Jacques Cassadori Couto, lembrou que os acidentes com motociclistas afetam também a força produtiva da sociedade. “Temos um levantamento importante do SESI em relação aos estudos de maior incidência comprovando que a maioria dos acidentes ocorre no trajeto da casa pro trabalho e do trabalho pra casa. Foi identificado que a maioria destes acidentes acontece em jovens homens, de 20 a 29 anos, que são a força produtiva da sociedade. Após os acidentes, ficam com sequelas, além do muito tempo para se recuperar devido a gravidade. Esse risco vai aumentar”.

O presidente da Associação Médica do Paraná, Nerlan Tadeu Gonçalves de Carvalho, chamou a atenção para o aumento de acidentes com motos do ano passado em relação a este. “Segundo dados do Ministério de Infraestrutura, Curitiba teve mais de quatro mil acidentes, com 25 óbitos, em 2021. Só neste ano, temos números semelhantes. Houve um acréscimo significativo de mortes. É um tema preocupante, por isso vejo com muita reticência esse tipo de liberação”, disse.

Djalma Rodrigues, presidente do Sindicato dos Taxistas do Estado do Paraná, questionou como seria a fiscalização destes prestadores de serviço. “Hoje não temos fiscalização nem aos aplicativos, imagina aos mototáxis. Além do problema do sistema de saúde que muitos abordaram, existe a questão de higiene. Cada passageiro terá seu capacete? Outra situação é que muitos passageiros não têm experiência na garupa, o que pode levar o motociclista a cair. Começando por Curitiba, todas as cidades do Paraná vão querer aderir. É um problema sério”, frisou. (Com assessoria e Alep).

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